Sarcomas são um grupo de diversos tipos de tumores raros. Eles surgem nos tecidos conjuntivos e atingem, principalmente, os ossos, os músculos, as cartilagens, os tendões, os nervos periféricos e as células de gordura. Independentemente do tipo, por definição, o sarcoma é um tumor maligno.

Neste artigo, Dr. Roberto Pestana, oncologista clínico especialista em sarcomas do Hospital Israelita Albert Einstein, localizado em São Paulo (SP),esclarece as principais dúvidas a respeito. Continue a leitura e confira.

Quando um tumor é benigno ou maligno?

O que difere um tumor benigno de um tumor maligno é sua aparência e estrutura. Basicamente, funciona assim:

  • tumores benignos crescem lentamente e não têm capacidade de invadir outras áreas;
  • tumores malignos crescem de forma bastante acelerada e infiltram outros tecidos, órgãos e estruturas. Esses são chamados de câncer.

Alguns tumores se comportam tanto como benignos como malignos e são definidos como tumores intermediários. É o caso de alguns tipos de sarcomas de partes moles.

Como surge um tumor?

A multiplicação celular é um processo regulado pelos chamados oncogenes ativadores e genes supressores tumorais.  No entanto, nos tumores malignos, o crescimento se torna descontrolado, podendo atingir a corrente sanguínea ou o sistema linfático e provocar metástases.

Assim, o câncer nada mais é do que uma alteração celular que leva à sua replicação descontrolada, gerando o tumor (ou neoplasia). Isso, por sua vez, ocorre devido a fatores hereditários e/ou adquiridos (tabagismo, por exemplo). Além disso, em vários tumores alterações do sistema imunológico contribuem para o crescimento das células malignas.

Nos tumores benignos, o tratamento costuma ser a remoção cirúrgica. Na maioria das vezes, os pacientes são curados. Já nos malignos, o prognóstico depende de uma série de fatores, principalmente do diagnóstico precoce e do tipo de tratamento. Em alguns casos, a cirurgia sozinha também pode ser suficiente; entretanto, em outros casos é necessário associar quimioterapia e/ou radioterapia.

O sarcoma é maligno?

Sim, sarcoma é maligno. Quando um tumor recebe essa classificação (como lipossarcoma, leiomiossarcoma, rabdomiossarcoma, entre muitos outros),significa que se trata da um tumor raro e maligno.

Existem mais de 100 tipos diferentes de sarcomas. Estes se dividem em sarcomas de partes moles, sarcomas ósseos e tumores estromais gastrointestinais (GIST). Os locais onde há maior incidência dos sarcomas primários são:

  • coxas e glúteos (47%);
  • tronco (18%);
  • extremidades superiores (13%);
  • retroperitônio, espaço existente na parte de trás da cavidade abdominal (13%);
  • cabeça e pescoço (9%).

Os sarcomas são tumores que costumam infiltrar os tecidos nas áreas adjacentes. Além disso, tendem a se espalhar pelos vasos sanguíneos, gerando metástases.

Como é o diagnóstico dos sarcomas?

Os sarcomas tendem a ser tumores grandes, pois a maioria não gera sintomas específicos, atrasando a descoberta. Quando identificado precocemente, o achado costuma ser “por acaso”, em meio à investigação de outras patologias ou, até mesmo, em exames de rotina.

diagnóstico se baseia na anamnese (histórico pessoal e familiar, sintomas e fatores de risco) e em exames laboratoriais e de imagem. A confirmação é feita em geral por biópsia por agulha grossa. Só então pode-se precisar o estágio da doença.

Assim, o estadiamento (nível de agressividade e extensão da doença) é determinado com base:

  • no grau de diferenciação das células (o quanto as células tumorais são diferentes das células do tecido de origem);
  • no grau de necrose (quanto mais acelerado o crescimento, mais alto o grau de necrose);
  • no índice de mitose (quantidade de células tumorais que estão se proliferando);
  • no tamanho do tumor;
  • na presença de metástases (em outros órgãos ou em gânglios).

Em relação ao tratamento do sarcoma, geralmente indica-se a cirurgia associada à radioterapia e/ou à quimioterapia para tumores localizados. Outras terapêuticas passíveis de uso, combinado ou exclusivo, são a terapia alvo, a hormonioterapia e a imunoterapia.

O sarcoma tem cura?

Sim, alguns tipos de sarcomas podem ser curados. No entanto, as chances de cura dependem do tipo e estágio do tumor. Graças ao avanço da oncologia de precisão na personalização dos tratamentos, os prognósticos dos pacientes são cada vez melhores.

Para isso, o oncologista considera as informações genéticas existentes nas células cancerosas para definir a melhor estratégia de combate. Com isso, pode promover cuidados individualizados, que são mais assertivos e geram menos efeitos colaterais.

Assim, o sarcoma é maligno, mas, se diagnosticado precocemente, há boas chances de cura. O importante é buscar ajuda especializada o mais breve possível e dar início ao tratamento!

Caso tenha alguma dúvida, entre em contato. O Dr. Roberto Pestana e sua equipe estão à disposição!

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Publicado por: - Oncologista - CRM 170.446 | RQE 97248
O Dr. Roberto Pestana (CRM 170.446 | RQE 97248) é oncologista clínica do centro de oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein. Além disso, ele é médico do ambulatório de sarcomas do Hospital Municipal Vila Santa Catarina.