Como a imunoterapia age no tratamento do sarcoma?

Como a imunoterapia age no tratamento do sarcoma?

A indicação da imunoterapia para sarcoma se baseia no tipo e estágio do tumor, bem como nas condições clínicas de cada paciente. Uma vez recomendada, a terapêutica pode ser feita de forma isolada ou em associação a outros tratamentos.

Neste artigo — produzindo em conjunto com Dr. Roberto Pestana, oncologista clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, especialista em sarcomas e pesquisador de novos tratamentos com imunoterapia —, falamos a respeito desta opção terapêutica. Para saber mais, continue a leitura!

Como o tratamento imunoterápico age no organismo?

imunoterapia é uma terapia biológica que potencializa a capacidade do sistema imunológico de lutar contra doenças, incluindo alguns tipos de câncer. Na prática, os medicamentos imunoterápicos ajudam as células de defesa do organismo a reconhecer e combater, diretamente, as células tumorais.

Dessa forma, diferente do que ocorre nos tratamentos sistêmicos (como a quimioterapia),as células normais são poupadas em geral, o que favorece a saúde do paciente. Ao mesmo tempo, como há uma menor toxicidade, a imunoterapia pode provocar menos efeitos colaterais, refletindo positivamente no bem-estar e na qualidade de vida.

Mas, é preciso deixar claro que, mesmo na imunoterapia, podem ocorrer reações adversas. Entre os possíveis efeitos colaterais, a falta de disposição, as coceiras e manchas na pele, a fadiga e os episódios de diarreia aparecem como os mais frequentes.

Como a terapêutica é realizada?

A imunoterapia oncológica consiste, atualmente, na administração da medicação intravenosa (na veia do paciente),em sessões realizadas no próprio hospital. Antes de começar, recomenda-se estar bem alimentado e usar roupas confortáveis.

Em relação aos tipos de medicamentos, os mais utilizados no tratamento de sarcomas são os chamados inibidores de checkpoint. Esses atuam, literalmente, nos “pontos de partida” da doença.

Quando a imunoterapia para sarcoma é indicada?

A oncologia é uma área em contínua evolução. Até o momento, os subtipos de sarcomas que mostraram melhor taxa de resposta à imunoterapia são:

  • lipossarcomas desdiferenciados, um tipo de tumor que se desenvolve no tecido adiposo, sendo mais frequente na coxa, abaixo do joelho e na porção interna do abdômen;
  • sarcomas pleomórficos de alto grau, tumores que se desenvolvem nos tecidos moles e, mais raramente, nos ossos, sendo prevalentes nos braços e pernas, embora possam ocorrer em qualquer parte do corpo;
  • sarcomas alveolares de partes moles, tumores que surgem nos tecidos moles, principalmente, das extremidades inferiores das pernas, mas que também podem se desenvolver nas regiões torácica, pélvica, entre outras;
  • angiossarcomas, mais um grupo de tumores que surgem nos tecidos moles, mas cujo desenvolvimento começa nos vasos sanguíneos, afetando, geralmente, órgãos como baço, fígado, coração e pele.
  • sarcoma de kaposi
  • mixofibrossarcoma

O que esperar do tratamento?

A terapêutica, quando adequadamente indicada, é promissora. Há casos, por exemplo, de pacientes com sarcomas que tomaram imunoterapia e tiveram sua sobrevida prolongada.

Além disso, é importante destacar os bons resultados da combinação entre imunoterapia e terapia alvo, assim como entre imunoterapia e quimioterapia. Isso porque, graças aos tratamentos associados, os sarcomas se tornam mais responsivos aos medicamentos imunoterápicos.

Deve-se levar em consideração, ainda, que ao término do tratamento o paciente desenvolve uma memória imunológica contra o tumor. Com isso, seu efeito tende a ser significativo e duradouro.

Como a oncologia de precisão trata os sarcomas?

A oncologia de precisão olha para a expressão de cada tumor, tratando-o de acordo com as suas características. É claro que, por se tratar de um grupo de tumores raros e heterogêneos, com mais de 150 subtipos, o tratamento do sarcoma costuma ser desafiador.

Portanto, os cuidados oferecidos em centros de referência na área não os enxergam mais como um tipo único de câncer, mas os analisam em seu contexto biológico. Assim, as chances de sucesso nos tratamentos aumentam consideravelmente!

Para concluir, esperamos que os alcances da imunoterapia para sarcoma tenham ficado claros. O principal é saber que, quando se trata de câncer, a individualização da terapêutica reduz os efeitos colaterais e favorece o prognóstico!

Para saber se a imunoterapia está indicada para o seu quadro, marque uma consulta presencial, em São Paulo, SP, ou virtual, por telemedicina. Se preferir, é possível agendá-la pelo telefone (11 2151-0240) ou WhatsApp (11 99150-9179). Dr. Roberto e sua equipe estão à disposição!

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Publicado por: - Oncologista - CRM 170.446 | RQE 97248
O Dr. Roberto Pestana (CRM 170.446 | RQE 97248) é oncologista clínica do centro de oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein. Além disso, ele é médico do ambulatório de sarcomas do Hospital Municipal Vila Santa Catarina.