Tudo sobre sarcoma com rearranjo NTRK
O sarcoma com rearranjo NTRK é um tumor que apresenta características que permitem o tratamento com inibidores de tirosina-quinase, um tipo de terapia alvo. Esse reaarranjo do gene NTRK costuma ser encontrado, principalmente, entre os fibrossarcomas infantis, mas também pode ocorrer em outros tipos de neoplasias.
Neste artigo, revisado pelo Dr. Roberto Pestana, médico oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, SP, mostramos os principais aspectos a respeito. Para saber mais, continue a leitura!
Antes de continuar, o que são sarcomas?
Sarcomas são um grupo de mais de 100 tipos de tumores raros, que se desenvolvem, principalmente, nos músculos, cartilagens, gorduras, tendões, ossos e nervos. Assim, podem surgir em qualquer parte do organismo, em todas as faixas etárias e ambos os sexos. Outro dado importante é que eles tendem, muitas vezes, a se disseminar pela corrente sanguínea ou mais raramente pelo sistema linfático.
Em relação às causas, a ocorrência da doença costuma estar ligada a fatores genéticos. Portanto, diferentemente dos cânceres mais comuns, os sarcomas sofrem pouca influência de fatores externos (associados aos hábitos de vida e ao meio ambiente).
Para complicar, os sinais e sintomas dos sarcomas costumam surgir apenas em fases avançadas e costumam ser bastante genéricos, ou seja, comuns a outras enfermidades. As manifestações variam conforme o tipo de tumor, grau de malignidade, localização, tamanho e condições clínicas de cada paciente.
Cabe aos oncologistas especialistas na área diagnosticá-los e tratá-los, o quanto antes, visando a melhor recuperação dos pacientes. Para tanto, estar a par dos avanços e das principais novidades terapêuticas faz toda diferença!
Qual é a importância de identificar um sarcoma com rearranjo NTRK?
Nas últimas décadas houve um notável progresso no manejo clínico do câncer. Isso, por sua vez, decorre, em grande parte, do crescente conhecimento sobre as estruturas moleculares e as vias de sinalização de receptores tirosina-quinase.
Na prática, tal avanço levou ao desenvolvimento de terapias alvo importantíssimas, tais como:
- os anticorpos monoclonais (as chamadas Mabs, na sigla em inglês);
- e os inibidores de tirosina-quinase (os chamados TKI, também na sigla em inglês).
Os últimos, especificamente, mostraram excelentes taxas de resposta e efeitos duráveis em todos os tipos de tumores que abrigam fusões de um dos três genes de receptores de tirosina neurotróficos — a saber, NTRK1, NTRK2 e NTRK3.
Uma vez que as opções terapêuticas para a maioria dos sarcomas metastáticos são bastante limitadas, identificar quais têm maior probabilidade de abrigar fusões NTRK direcionáveis é extremamente importante. Vale destacar que, graças à análise aprofundada dos sarcomas com rearranjo NTRK, pode-se descobrir achados histológicos, moleculares e clínicos únicos.
Quais sarcomas apresentam essa característica?
As fusões NTRK são eventos genéticos bastante raros. Os principais tipos de sarcomas com rearranjo NTRK são os fibrossarcomas infantis, que apresentam fusões do gene NTRK3 em mais de 90% dos casos.
Leia também: Fibrossarcoma: do diagnóstico ao tratamento
No entanto, as taxas dessa característica nos demais tipos de sarcomas são consideradas muito baixas. Como mencionado, isso é detectado por meio da análise molecular, por vezes, complementada pela análise imuno-histoquímica.
Como é realizado o tratamento dos sarcomas?
A maioria dos sarcomas em estágios iniciais, ainda localizados, é tratada com cirurgia para excisão do tumor e das margens adjacentes. Muitas vezes, o procedimento é associado a sessões de radioterapia adjuvante ou, em determinados casos, à quimioterapia adjuvante.
No entanto, as opções terapêuticas para sarcomas metastáticos ainda não são bem estabelecidas. Por isso, surgiu a necessidade de identificar novos tratamentos para casos da doença avançada.
É aí que a descoberta de alterações moleculares se torna importante. Como mostrado, comprovou-se que é possível tratar sarcomas com rearranjo NTRK com inibidores de tirosina-quinase (TKI). Estudos mostram que esses medicamentos alvo molecular são muito ativos contra tumores que contêm uma das fusões NTRK.
Sendo assim, identificá-las no momento do diagnóstico pode trazer vantagens terapêuticas importantes para o paciente. Para tanto, existe o teste de fusões NTRK, sendo as fusões do gene NTRK3 as mais frequentes.
Para concluir, a identificação de um sarcoma com rearranjo NTRK pode levar a possibilidade de tratamentos altamente eficazes. Com esse propósito, fazer o acompanhamento com uma equipe médica especialista em sarcomas e realizar o tratamento em um centro de referência na área é fundamental!
Para mais informações, agende uma consulta com o Dr. Roberto Pestana. Considerando um dos maiores experts em sarcomas, ele atende presencialmente, na capital paulista, e online, por telemedicina!
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