Terapia alvo no câncer: entenda como funciona o tratamento

Terapia alvo no câncer: entenda como funciona o tratamento

A atuação da terapia alvo no câncer é promissora: trata-se de um campo com muitos pesquisadores, os quais estão empenhados em encontrar novos “alvos” e a desenvolver novos medicamentos. Com isso, seu alcance deve ser cada vez maior!

Neste artigo, revisado pelo Dr. Roberto Pestana, oncologista clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, SP, explicamos como o tratamento direcionado funciona. Continue a leitura e esclareça suas dúvidas!

O que é terapia alvo?

A terapia alvo (ou terapia direcionada) consiste no uso de drogas que atacam, especificamente, as células cancerosas, visando genes e proteínas específicas. Dessa forma, provocam poucos danos às células saudáveis.

Os alvos, no caso, são genes e/ou proteínas específicos do tumor, assim como células que contribuam para o seu desenvolvimento. É o caso, por exemplo, das células dos vasos sanguíneos.

A terapêutica pode ser realizada de forma isolada ou associada a outros tratamentos, como a quimioterapia.

Como funciona a terapia alvo no câncer?

Para compreender o mecanismo de funcionamento da terapia alvo no câncer, é preciso entender como essa doença se desenvolve. Basicamente, o tumor surge quando algum gene de uma célula normal sofre mutação, levando-a a se multiplicar descontroladamente. Nesse processo, as células que formam o tumor também precisam garantir que novos vasos sanguíneos sejam formados para levar nutrientes a elas, e precisam de alguma forma escapar do nosso sistema imunológico.

Ao longo dos anos, os especialistas descobriram que mutações genéticas específicas colaboram para o surgimento de tipos específicos de cânceres. A partir dessa constatação, passaram a desenvolver medicamentos que:

  • desligam ou, bloqueiam os sinais que “dizem” às células cancerosas como crescer e se multiplicar;
  • impedem-nas de viver mais do que o normal ou as destroem.

Em suma, o alvo dos medicamentos usados na terapia direcionada é sempre uma característica que esteja presente apenas no tumor, mas não nas células sadias. Assim, para descobrir o fármaco ideal para cada paciente, o médico considera, entre outros fatores, os resultados dos exames sobre os respectivos genes e proteínas. Os mais utilizados são:

  • anticorpos monoclonais (proteínas projetadas em laboratório);
  • inibidores de moléculas pequenas.

As medicações são administradas em ciclos, ou seja, há um período ativo, seguido de um período de descanso. Ao longo do tratamento, o médico realiza uma série de exames, os quais permitem acompanhar a evolução do quadro.

Em quais casos o tratamento é indicado?

Atualmente, há terapias alvos aprovadas para tratar diversos tipos de tumores. É o caso, por exemplo, de alguns tipos de:

Assim, a indicação para realizá-la fica a cargo do oncologista, baseado no quadro de cada paciente. Esse, aliás, é o diferencial da oncologia de precisão!

Vale destacar que, para alguns tipos de câncer, os médicos já sabem que há grandes chances de a terapia alvo funcionar. Nesses casos, recomenda-se “testar” o tumor para checar se, de fato, há um alvo para o qual existe uma droga — o chamado teste de biomarcadores.

Para realizá-lo, o paciente precisa fazer uma biópsia. Trata-se de um procedimento no qual uma pequena amostra do tumor é removida e segue para a análise.

Qual é o prognóstico esperado?

As terapias alvo vêm usando, cada vez mais, medicamentos que inibem o produto do gene de uma mutação, seja qual for o tipo de câncer. Esse é considerado um avanço promissor.

De qualquer forma, o prognóstico do tratamento oncológico, com ou sem terapia alvo, é sempre individual. De maneira geral, vale a regra: quanto mais precoce o diagnóstico, maiores as chances de cura.

Até o momento, a maioria dos casos de câncer ainda é tratada com cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou hormonioterapia. No entanto, a terapia alvo, assim como a imunoterapia, vem ganhando espaço. Como explicado, a definição da melhor estratégia terapêutica é feita de maneira individual, conforme as condições clínicas de cada paciente.

Agora que você sabe como funciona a terapia alvo no câncer, esperamos que tenha entendido sua importância. Para saber se a terapêutica seria uma alternativa para seu caso (ou de um ente) em específico, converse com seu médico!

Por fim, em caso de dúvida, entre em contato. E para se manter bem informado sobre novidades relacionadas à oncologia de precisão, siga o Dr. Roberto no Facebook e/ou Instagram!

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Publicado por: - Oncologista - CRM 170.446 | RQE 97248
O Dr. Roberto Pestana (CRM 170.446 | RQE 97248) é oncologista clínica do centro de oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein. Além disso, ele é médico do ambulatório de sarcomas do Hospital Municipal Vila Santa Catarina.