Quanto tempo o câncer de estômago demora para se manifestar?

Quanto tempo o câncer de estômago demora para se manifestar?

Você já se perguntou quanto tempo o câncer de estômago demora para se manifestar? Apesar de relativamente comuns, os tumores gastrointestinais podem passar bastante tempo despercebidos, atrasando o diagnóstico e o início do tratamento. É o que ocorre com o câncer de estômago, também conhecido como câncer gástrico.

Essa é uma informação importante, uma vez a neoplasia pode avançar silenciosamente, agravando-se até o momento do diagnóstico e, por isso, exigindo abordagens mais agressivas. É justamente sobre isso que tratamos neste artigo, revisado pelo Dr. Roberto Pestana, oncologista clínico no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, SP. Vale a pena conferir!

Quais são os principais sintomas do câncer gástrico?

Antes de falarmos sobre quanto tempo o câncer de estômago demora para se manifestar, é preciso conhecer seus sintomas. Em suas fases iniciais, geralmente, não há indícios da doença. No entanto, quando presentes, são facilmente confundidos com manifestações de outras doenças que acometem a região, como a gastrite e úlcera.

Já em estágios mais avançados, os sintomas são mais frequentes e perceptíveis. Os principais são:

  • dor ou sensação de desconforto abdominal persistente, facilmente sentida à palpação;
  • náuseas e vômitos, na maioria das vezes, acompanhados de uma forte sensação de indigestão;
  • perda de peso, falta de apetite e cansaço, todos sem motivação aparente;
  • queimação e azia, semelhantes às provocadas por úlceras estomacais;
  • sangramentos, seja durante o vômito ou na evacuação (dependendo da intensidade, identificados apenas por meio de exames específicos);
  • massa volumosa palpável, normalmente, instalada na parte superior do abdômen;
  • íngua na parte inferior esquerda do pescoço e/ou nódulos ao redor do umbigo, em decorrência do aumento do tamanho do fígado;
  • icterícia (pele amarelada),acúmulo de líquido na cavidade abdominal, falta de ar, tosse e dores ósseas, em casos metastáticos (quando houve disseminação para outros órgãos).

Qual é o peso do histórico familiar e de outros fatores de risco?

Os fatores de risco têm influência comprovada no surgimento do câncer de estômago. Em relação ao histórico familiar, considera-se com risco aumentado para a doença quem possui casos de parentes com tumores gástricos

Outros fatores de risco importantes para a ocorrência do câncer de estômago são:

  • exposição a agrotóxicos e outras substâncias prejudiciais, como compostos presentes em indústrias de carvão, metal e borracha;
  • exposição à radiação ionizante;
  • anemia perniciosa, provocada pela incapacidade das mucosas estomacais absorverem uma quantidade suficiente de vitamina B12;
  • tabagismo, principalmente se combinado ao consumo de bebidas alcoólicas, assim como não parar de fumar após ter realizado uma cirurgia anterior do estômago;
  • infecção pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori);
  • presença de pólipos, lesões benignas existentes na parede interna do estômago.

Quanto tempo o câncer de estômago demora para se manifestar?

Com tantas variáveis, fica a questão sobre quanto tempo o câncer de estômago demora para se manifestar. Pois bem: esse tipo de tumor se desenvolve de forma lenta e silenciosa, levando anos para gerar os primeiros sintomas.

Mas esses, como mostrado, são genéricos, o que pode atrasar ainda mais o diagnóstico da doença e seu respectivo tratamento. Estima-se que apenas 20% dos casos de câncer de estômago sejam detectados em estágios iniciais.

Vale lembrar que ele pode surgir por meio de alterações no revestimento do estômago, consideradas pré-cancerígenas. Por isso, mantenha sua rotina de check-up médico em dia, realizando os exames preventivos periodicamente.

Se, na consulta regular, o médico identificar algo suspeito, ele solicitará exames como a endoscopia digestiva alta ou exames de imagem. Caso seja necessário, fará o encaminhamento para um oncologista especialista na área, que dará prosseguimento a investigação e, se constatada a doença, iniciará o tratamento.

Como é o tratamento desse tipo de neoplasia?

As opções terapêuticas para o câncer de estômago são diversas. As mais comuns são:

  • cirurgia (gastrectomia parcial ou total) para remoção do tumor, realizada quando o mesmo está restrito ao estômago e linfonodos próximos;
  • quimioterapia (por via oral ou intravenosa),administrada como a principal terapêutica em estágios avançados (metastáticos) e como forma de aumentar a chance de cura em estágios mais iniciais (localizados);
  • radioterapia (geralmente, irradiada externamente),podendo ser feita antes da cirurgia, em associação à quimioterapia ou, ainda, após o procedimento cirúrgico;
  • terapia alvo (por via oral ou intravenosa),indicada para tumores avançados, que não respondem à quimioterapia convencional, ou ainda em conjunto com a quimioterapia tradicional;
  • imunoterapia (por via intravenosa),indicada para casos avançados, seja isoladamente ou em conjunto com a quimioterapia;

A indicação do tratamento é sempre individualizada, variando conforme o tipo e o estadiamento do tumor, bem como as condições de saúde de cada paciente. Assim, para o adenocarcinoma de estômago (subtipo mais comum),costuma-se indicar a cirurgia associadaa outras terapêuticas, como quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e/ou terapia alvo. Para o tumor estromal gastrointestinal (GIST), opta-se pela cirurgia, terapia alvo, ablação (substâncias químicas, calor ou frio extremos) ou embolização (bloqueio do fluxo sanguíneo).

Portanto, a estratégia terapêutica pode ser exclusiva ou com tratamentos combinados, conforme o que for mais eficaz para cada caso. Em relação ao prognóstico, vale destacar que as chances de cura são maiores quanto mais cedo o tumor foi diagnosticado e adequadamente tratado.

O que fazer em caso de suspeita para a doença?

Agora que você sabe quanto tempo o câncer de estômago demora para se manifestar, em caso de suspeita, procure um oncologista especialista em tumores gastrointestinais. Como mostrado, nesse tipo de doença, quanto antes o diagnóstico for definido, maiores as chances de o tratamento ser bem-sucedido!

Esperamos que o artigo tenha ajudado. Caso deseje passar por uma avaliação com o Dr. Roberto, agende uma consulta presencial, na capital paulista, ou remotamente, por chamada de vídeo (telemedicina)!

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Publicado por: - Oncologista - CRM 170.446 | RQE 97248
Dr. Roberto Pestana (CRM 170.446 | RQE 97248) é oncologista clínico no Hospital Israelita Albert Einstein, especialista em sarcomas e tumores gastrointestinais. Com doutorado em Medicina de Precisão pela Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein e fellowship no MD Anderson Cancer Center, é reconhecido pela atuação em pesquisas clínicas e tratamentos inovadores, sempre com foco no cuidado integral e humanizado.