
O que é o adenocarcinoma do esôfago?
Você sabia que o adenocarcinoma do esôfago vem se tornando o tipo mais frequente de câncer do esôfago, principalmente, devido ao aumento dos casos de doença do refluxo gastroesofágico (DRGE)? Este tipo de câncer se desenvolve nas células glandulares que produzem muco, localizadas mais frequentemente na parte mais inferior do órgão, próximo à junção com o estômago.
Neste artigo, revisado pelo Dr. Roberto Pestana, oncologista clínico especialista em tumores gastrointestinais, do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista, abordamos o assunto. Continue a leitura e esclareça suas dúvidas!
Como o adenocarcinoma do esôfago surge?
O adenocarcinoma do esôfago é o principal tipo de neoplasia esofágica, sendo mais comum em homens do que em mulheres, principalmente, entre 50 e 70 anos. Como mencionado, a doença do refluxo é um dos principais fatores de risco, podendo levar ao chamado esôfago de Barrett (EB) prolongado — um quadro clínico considerado pré-maligno e precursor do adenocarcinoma do esôfago.
Entenda melhor: Esôfago de Barrett e risco de câncer
O esôfago de Barrett é uma complicação decorrente da irritação prolongada do esôfago, por conta do fluxo de ácido gástrico constante. Isso leva à esofagite (inflamação do órgão),fazendo com que as células normais sofram uma série de alterações e se tornem pré-cancerosas.
Vale destacar que indivíduos com obesidade têm risco aumentado para desenvolver um adenocarcinoma de esôfago. Isso ocorre, justamente, por conta da propensão a ter refluxo gastroesofágico.
Outro fator de risco importante é o tabagismo. Sabe-se que fumar eleva as chances de ter a doença, principalmente, em quem já tem esôfago de Barrett.
Quais são seus sinais e sintomas?
Em estágio inicial, o adenocarcinoma de esôfago não costuma provocar manifestações perceptíveis. Mas, conforme a doença avança, podem surgir sinais e sintomas como:
- disfagia (dificuldade para engolir);
- dor retroesternal (atrás do peitoral);
- tosse persistente;
- rouquidão constante;
- náuseas e vômitos, por vezes, com sangue;
- perda do apetite;
- perda de peso;
- desnutrição;
- e/ou anemia.
É importante reforçar que a disfagia, muitas vezes, sinaliza a presença de câncer avançado. O sintoma começa aos poucos, limitando-se à ingestão de alimentos sólidos, e depois evolui, afetando a ingestão de alimentos pastosos e até de líquidos.
Como é o diagnóstico da doença?
Para investigar o quadro, o médico faz uma anamnese detalhada, visando conhecer o histórico clínico pessoal e familiar, possíveis fatores de risco e sintomas apresentados. Além disso, realiza um exame físico, especialmente, nas regiões do pescoço e tórax, para detectar a presença de massas e/ou o aumento de órgão.
Caso suspeite de alguma alteração, solicita exames complementares, incluindo uma endoscopia digestiva alta, associada à biópsia (exame anatomopatológico). A partir daí, pode confirmar se a lesão é, ou não, maligna. No último caso, o laudo especifica o tipo de tumor, seu estadiamento (avanço no organismo) e outras informações importantes.
Saiba mais: Como é feita uma biópsia em caso de cânceres gastrointestinais?
Em caso de câncer, realiza-se uma tomografia computadorizada do tórax, abdômen e pelve e uma tomografia por emissão de pósitrons (PET scan) do corpo todo. Esses exames permitem avaliar se houve disseminação do tumor.
Vale destacar que a melhor forma de viabilizar o diagnóstico precoce e, com isso, aumentar as chances de cura da doença é fazer os check-ups médicos periodicamente. Esse hábito deve ser mantido, inclusive, por quem se sente bem, mesmo na ausência de sinais ou sintomas de problemas.
Veja também: Dr. Roberto explica: afinal, o câncer tem cura?
Como é o tratamento deste tipo de câncer?
O tratamento do adenocarcinoma do esôfago varia conforme o estadiamento do tumor, bem como as condições de saúde geral do paciente. Em geral, realiza-se a remoção da lesão e das áreas adjacentes, por meio de endoscopia ou cirurgia aberta. Costuma-se incluir, ainda, tratamentos complementares, como radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e/ou terapia alvo.
Conheça a terapêutica: Terapia alvo no câncer gastrointestinal: o que você precisa saber?
Portanto, em caso de suspeita ou diagnóstico de adenocarcinoma do esôfago, procure um oncologista especialista em tumores gastrointestinais. Afinal, quanto antes o tratamento for iniciado, mais rápido é o alívio dos sintomas e maiores as chances de curar a doença!
Para mais informações, agende um horário com o Dr. Roberto. A consulta pode ser feita presencialmente, em São Paulo, SP, ou remotamente, por telemedicina (chamada de vídeo). Se preferir, ligue (11 2151-0240) ou entre em contato pelo WhatsApp. Estamos à sua disposição!
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