Câncer de esôfago em idosos

Câncer de esôfago em idosos

A incidência do câncer de esôfago em idosos chama a atenção. Na maioria dos casos, hoje em dia, tratam-se dos adenocarcinomas, localizados na parte inferior do órgão. Em menor número, há os carcinomas de células escamosas, localizados na parte média e superior do órgão, bem como linfomas, melanomas e sarcomas, considerados raros.

Neste artigo, falamos mais sobre esse tipo de neoplasia e como ela deve ser abordada na terceira idade. Como sempre, o conteúdo foi revisado pelo Dr. Roberto Pestana, oncologista clínico especializado em tumores gastrointestinais, do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista. Boa leitura!

Por que o câncer de esôfago em idosos é mais comum do que nas demais faixas etárias?

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca),cerca de 70% de todos os casos de câncer ocorrem em idosos. Portanto, assim como boa parte das neoplasias, o câncer de esôfago (órgão tubular que liga a garganta ao estômago) é mais frequente na terceira idade.

Isso ocorre porque o processo de envelhecimento provoca mudanças nas células, as quais se tornam mais suscetíveis às mutações. Além disso, existe o fato de que, quanto mais idosa a pessoa, mais tempo ela pode ter sido exposta aos fatores de risco para a doença.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),em todo o mundo, uma em cada três mulheres com idades entre 60 e 79 anos tem ou terá algum tipo de câncer. Entre os homens na mesma faixa etária, a expectativa é de um em cada quatro.

Quais são os principais fatores de risco para esse tipo de neoplasia?

A maioria dos acometidos pelo câncer de esôfago é homem e tem entre 50 e 70 anos. O envelhecimento, como mencionado, é um dos principais fatores de risco para a doença. Além dele, destacam-se:

  • tabagismo;
  • o consumo frequente (ou esporádico, mas excessivo) de bebidas alcoólicas;
  • a ingestão de bebidas muito quentes (como o chimarrão);
  • índice de massa corpórea (IMC) elevado que, por sua vez, favorece o desenvolvimento da doença do refluxo gastroesofagiano (DRGE);
  • histórico pessoal de outros tipos de cânceres, principalmente, de cabeça, pescoço ou pulmão;
  • exposição a poeiras da construção civil, da mineração, da metalurgia, entre outras áreas, assim como aos vapores de combustíveis fósseis, herbicidas, ácido sulfúrico, óleo mineral e outras substâncias tóxicas;
  • presença de doenças como tilose, acalasia, esôfago de Barrett, Síndrome de Plummer-Vinson e lesões cáusticas no esôfago.

Como é o tratamento para o câncer de esôfago em idosos?

Apesar do aumento da expectativa de vida implicar em uma maior chance de desenvolver a doença, deve-se considerar que:

  • as pessoas estão cada vez mais zelando pelo seu estilo de vida, o que favorece um envelhecimento saudável;
  • os avanços na área da oncologia não param e, atualmente, a maioria dos idosos pode ser tratada com os mesmos protocolos usados em pacientes mais jovens;
  • se as outras doenças estiverem controladas, os pacientes mais velhos podem receber um atendimento padrão, sem a necessidade de serem tratados de forma diferente somente por conta da idade.

Dito isso, tratamento para o câncer de esôfago em idosos pode ser feito com ressecção local (durante a endoscopia) ou esofagectomia (cirurgia convencional por via aberta),combinada, ou não, à quimioterapia e/ou à radioterapia. A escolha terapêutica é feita com base no estágio da doença, nas condições clínicas de cada paciente e no objetivo do tratamento (curativo ou paliativo). Durante esse período, podem ocorrer diversas trocas de protocolos, com o objetivo de aumentar o bem-estar do paciente.

Ao mesmo tempo, é preciso prover uma atenção integral, por meio de uma equipe multidisciplinar, para tratar os problemas que mais afetam esse perfil de paciente. É o caso, por exemplo, da desnutrição, por conta da perda do apetite.

Quando procurar um especialista em tumores gastrointestinais?

Quem apresenta sintomas (os quais se manifestam, apenas, em quadros já avançados) deve procurar um oncologista especialista na área. São sinais importantes:

  • disfagia (dificuldade para engolir) e/ou odinofagia (dor ao engolir);
  • desconforto estomacal (sensação contínua de azia e má digestão);
  • dor no osso do peitoral (esterno).

Ao mesmo tempo, considere o histórico pessoal. Quem fuma ou foi fumante, tem o costume de ingerir álcool e já passou dos 50 anos precisa ficar atento.

Assim, o câncer de esôfago em idosos pode ser curado ou, pelo menos, controlado — lembrando que, quanto mais precoce o diagnóstico, maior a sobrevida. Já para diminuir o risco de recidivas ou do aparecimento de novos tumores pós-tratamento, é imprescindível adotar um estilo de vida saudável. Isso inclui manter uma dieta balanceada e praticar atividades físicas regularmente, bem como evitar os referidos fatores de risco.

Se ainda restarem dúvidas, sinta-se à vontade para entrar em contato. Além disso, aproveite para seguir o Dr. Roberto nas redes sociais (Facebook e Instagram) e fique por dentro dos principais avanços na área da oncologia.

Por fim, em caso de suspeita de câncer gastrointestinal ou sarcomas, não perca tempo. Agende uma consulta com nosso especialista agora mesmo!

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Publicado por: - Oncologista - CRM 170.446 | RQE 97248
O Dr. Roberto Pestana (CRM 170.446 | RQE 97248) é oncologista clínica do centro de oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein. Além disso, ele é médico do ambulatório de sarcomas do Hospital Municipal Vila Santa Catarina.