Conheça os sarcomas de partes moles
Os sarcomas de partes moles são tumores raros. Eles se originam em células do tecido conjuntivo e podem atingir músculos, gorduras, nervos, vasos sanguíneos e estruturas mais profundas. Na maioria dos portadores, localizam-se nas pernas e braços. No entanto, podem surgir em qualquer parte do corpo.
Neste artigo, escrito sob orientação do Dr. Roberto Pestana, oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista, explicamos os principais aspectos relacionados à doença. Mostramos, também, quais são os tratamentos preconizados atualmente. Continue a leitura e saiba mais!
O que são os sarcomas de partes moles?
Sarcomas de partes moles são um conjunto, bastante diversificado, de tumores malignos. Eles surgem de uma célula anormal, com capacidade para crescer e se disseminar por meio da corrente sanguínea ou através do sistema linfático.
Vale destacar que o sarcoma de partes moles é o subgrupo de sarcoma mais comum em adultos. Estima-se que ele responda por cerca de 70% de todos os sarcomas que acometem adultos.
Subtipos de sarcomas de partes moles
Existem mais de 50 subtipos de sarcomas de partes moles. Juntos, eles somam algo em torno de 1% de todos os tumores malignos que ocorrem em adultos. Conheça-os melhor a seguir.
Sarcomas de partes moles mais comuns
Em crianças, o subtipo mais frequente é o rabdomiossarcoma. Trata-se de um tumor que se desenvolve nos músculos esqueléticos, geralmente, presentes nas pernas e braços. Além disso, também podem ocorrer em outras regiões, como na cabeça e no pescoço.
Já nos adultos, os subtipos mais comuns são:
- lipossarcoma, com origem no tecido gorduroso, principalmente, na coxa e na parte interna do abdômen;
- sarcoma pleomórfico indiferenciado, que surge nos tecidos moles, especialmente, nos braços e pernas, podendo ocorrer também no retroperitônio (área posterior da cavidade abdominal);
- leiomiossarcoma, originado nas células dos músculos lisos, com prevalência no útero, braços, pernas, retroperitônio ou nos órgãos gastrointestinais ocos (como esôfago, estômago, intestino, entre outros).
Sarcomas de partes moles mais agressivos
Alguns tipos de sarcomas de partes moles têm potencial grande de se disseminar para áreas distantes, formando metástases. São eles:
- sarcoma sinovial, que atinge as articulações, aparecendo nos joelhos, tornozelos, ombros ou quadril
- leiomiossarcoma, quando de alto grau
- fibrossarcoma, um câncer do tecido fibroso que acomete pernas, braços ou tronco;
- sarcoma alveolar de partes moles, que atinge principalmente os membros inferiores;
- sarcoma de células claras;
- tumor de células desmoplásicas pequenas e redondas, com origem no abdômen;
- sarcoma epitelioide, que cresce sob a pele dos pés, pernas, mãos e/ou braços;
- tumores malignos da bainha dos nervos periféricos malignos, que surgem em células próximas a nervos;
- mixofibrossarcoma de alto grau, que aparecem logo abaixo da pele;
- sarcoma pleomórfico indiferenciado, que acomete braços, pernas ou abdômen.
Tumores de partes moles intermediários
Existem, ainda, os sarcomas de partes moles intermediários. Nesse subtipo, os tumores podem invadir órgãos e tecidos na região, mas tendem a ficar localizados, sem metástases. São exemplos:
- dermatofibrossarcoma protuberans, que atinge o tronco, braços ou pernas;
- tumores desmoides (fribromatose),que acomete o tecido fibroso, ocorrendo nas pernas, braços ou tronco;
- hemangioendotelioma, que surge nos vasos sanguíneos e, além das partes moles, pode ocorrer no fígado ou nos pulmões
- Tumor tenosinovial de células gigantes
Quais são as causas da neoplasia?
A grande maioria dos sarcomas de partes moles não têm causas conhecidas. Outros, por sua vez, têm origem genética (mutações em genes herdados de um dos pais).
Leia também: Câncer hereditário: quais são as chances e como se prevenir?
Além disso, alguns tumores podem ser associados à radioterapia prévia, como o angiossarcoma e o osteossarcoma, entre outros.
Como é o diagnóstico?
A suspeita da doença começa com a análise do histórico clínico, dos fatores de risco e dos sintomas apresentados pelo paciente. Considera-se, ainda, achados em exames físicos e alterações em exames complementares (sangue e imagem).
No entanto, o diagnóstico do sarcoma de partes moles somente pode ser confirmado por meio de uma biópsia. O exame histopatológico também serve para determinar o estadiamento dos tumores, levando em conta:
- seu tamanho;
- nível de superficialidade;
- grau de agressividade — ou seja, se está localizado ou já se espalhou.
De maneira simplificada, há quatro estádios possíveis:
- estádio 1, com tumores menores (geralmente, com até 5 cm de altura),superficiais ou profundos, sem linfonodos envolvidos e com baixo grau de agressividade;
- estádio 2, com tumores menores, superficiais ou profundos, sem linfonodos envolvidos e com grau intermediário ou alto de agressividade;
- estádio 3, com tumores maiores que 5 cm, superficiais ou profundos, sem linfonodos envolvidos e com grau intermediário de agressividade ou qualquer tumor que apresente metástase em linfonodo regional;
- estádio 4, com tumores de qualquer tamanho, que apresentem metástase à distância, como um sarcoma na perna com metástase nos pulmões.
Como é o tratamento?
O tratamento dos sarcomas de partes moles varia conforme o estadiamento. Por norma, tumores localizados devem ser retirados por meio de cirurgia. Após a remoção cirúrgica, pode haver indicação para fazer radioterapia preventiva na área acometida.
Entenda melhor: O papel da radioterapia para sarcoma de partes moles
A quimioterapia adjuvante (preventiva) pode ser indicada em casos selecionados. Isso porque, alguns subtipos tendem a se espalhar precocemente e são bastante suscetíveis aos quimioterápicos.
Já para casos com metástases, o tratamento depende do subtipo, mas, em geral, a quimioterapia e a terapia alvo podem ser utilizadas. Além disso, a imunoterapia, em casos específicos, também é uma opção.
A oncologia de precisão pode ajudar?
Com certeza! O sarcoma de partes moles é um forte candidato ao tratamento proposto pela oncologia de precisão. Nesse caso, o especialista considera as informações genéticas das células cancerosas para definir a melhor estratégia diagnóstica e terapêutica. Isso pode resultar em um cuidado mais individualizado, com menos efeitos colaterais e melhor prognóstico!
Esperamos que o artigo tenha ajudado a esclarecer suas dúvidas. Para mais informações, agende uma consulta com o Dr. Roberto (presencialmente, em São Paulo, ou por telemedicina) pelo site, telefone (11) 2151-0240 ou WhatsApp (11) 99150-9179. Estamos à disposição!
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