STUMP é a sigla para uterine smooth muscle tumors of uncertain malignant potential— traduzido como tumor de músculo liso uterino de potencial maligno incerto. Felizmente, trata-se de uma lesão tumoral com prognóstico bastante favorável, geralmente, diagnosticada após a realização de cirurgia para o tratamento de alguma patologia presumivelmente benigna.

Neste artigo, escrito sob revisão do Dr. Roberto Pestana, médico oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista, mostramos os principais aspectos a respeito. Se você tem interesse no assunto, continue a leitura e esclareça suas dúvidas!

O que é STUMP?

O termo STUMP se refere tanto ao tumor da musculatura lisa uterina de malignidade incerta. Ele engloba um grupo heterogêneo de tumores raros, ou seja, com baixa taxa de incidência na população, que apresentam comportamento diferente das lesões francamente sarcomatosas. Isso significa que pode se comportar tanto como benigno quanto como maligno.

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Na maioria dos casos, o STUMP ocorre em mulheres na fase pré e pós-menopausa, geralmente, sendo encontrado na musculatura do útero. A idade média do diagnóstico é entre 40 e 45 anos. As causas e os fatores de risco, por sua vez, ainda não são totalmente compreendidos.

Quais são os sintomas?

Os sintomas do STUMP são inespecíficos. Em geral, a apresentação clínica costuma incluir:

  • sangramento vaginal anormal (fora do período menstrual);
  • ciclos menstruais irregulares;
  • anemia;
  • sensação de fraqueza;
  • presença de massa pélvica, com ou sem sintomas compressivos locais.

Como é o diagnóstico?

A descoberta do STUMP costuma se dar após a ressecção de uma massa presente na musculatura uterina. O procedimento, geralmente, é realizado durante cirurgia para o tratamento de alguma condição benigna.

O diagnóstico, por sua vez, é obtido por meio do exame anatomopatológico (biópsia). Quando confirmado, muitas vezes, recomenda-se apenas o seguimento (acompanhamento por meio de consultas e exames periódicos).

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Mas, é importante reforçar que o comportamento clínico desse tipo de lesão não pode ser previsto. Tanto que, em aproximadamente 10% a 20% dos casos, ocorre uma evolução maligna. Quando o STUMP recidiva, muitas vezes, costuma ser classificado como um leiomiossarcoma de baixo grau (que apresenta crescimento lento).

Como é o tratamento?

Como explicado, o tratamento para o STUMP é, essencialmente, cirúrgico. Entre as técnicas disponíveis, pode-se optar pela:

  • histerectomia radical (cirurgia para remoção do útero);
  • miomectomia (remoção de parte do útero, limitando-se à região acometida),indicada para pacientes que têm o desejo de gestar.

Vale destacar que a taxa de recorrência desse tipo de tumor é considerada baixa. Estima-se que as recidivas ocorram entre 8,7 e 11% dos casos. Quando acontecem, a abordagem costuma ser feita com terapia hormonal, apresentando uma boa resposta.

Já caso evolua para um leiomiossarcoma uterino, o tratamento pode ser feito com cirurgia para remoção do tumor e das margens de segurança adjacentes. Além disso, muitas vezes, é necessário associar algumas sessões de radioterapia ou quimioterapia adjuvantes, para minimizar as chances de uma nova recidiva. A boa notícia é que, se o tumor for diagnosticado e tratado em estágio inicial, sendo completamente removido, as chances de cura aumentam consideravelmente.

O STUMP pode se desenvolver em outros locais?

Sim. Em alguns casos, ainda mais rarospode se desenvolver na próstata, contabilizando de 0,1% a 0,2% de todas as malignidades da glândula.

Em geral, o tumor surge em homens mais velhos, com idade superior a 60 anos. Na maioria das vezes, é identificado durante a realização de uma cirurgia prostática benigna.

Embora não tenha comportamento agressivo, uma minoria dos casos costuma progredir para sarcoma. Por isso, a vigilância ativa, por meio do seguimento oncológico, é fundamental.

O que fazer em caso de diagnóstico de STUMP?

Como mostrado, o STUMP é um tumor raro e de malignidade incerta, cuja detecção e definição terapêutica exigem um alto grau de expertise por parte do médico responsável. Por isso, em caso de suspeita ou diagnóstico desse tipo de lesão, recomenda-se procurar um oncologista especialista em sarcomas o quanto antes.

Para mais informações, agende uma consulta com o Dr. Roberto Pestana. Ele atende tanto presencialmente, na cidade de São Paulo, como online, por telemedicina!

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Publicado por: - Oncologista - CRM 170.446 | RQE 97248
O Dr. Roberto Pestana (CRM 170.446 | RQE 97248) é oncologista clínica do centro de oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein. Além disso, ele é médico do ambulatório de sarcomas do Hospital Municipal Vila Santa Catarina.