câncer primário de fígado se desenvolve a partir de mutações nas células do próprio órgão (hepatócitos) ou dos ductos biliares. Chama a atenção o fato dele ser menos frequente que o câncer metastático para o fígado, decorrente de tumores originados em outras partes do corpo – como o intestino grosso ou o reto.

Neste artigo, mostramos as principais características do câncer de fígado primário, bem como é o seu processo de diagnóstico e tratamento. Confira!

Quais são os tipos de câncer de fígado?

O câncer de fígado é formado por quatro tipos de tumores, bastante distintos entre si. São eles:

  • carcinoma hepatocelular (ou hepatocarcinoma), um tumor que responde por cerca de 80% dos casos;
  • colangiocarcinoma (ou câncer de via biliar), o qual se desenvolve a partir dos ductos biliares (estruturas responsáveis pelo transporte da bile do fígado para o intestino),respondendo por cerca de 10% dos casos;
  • angiossarcoma hepático, um tipo de sarcoma de partes moles (tumor raro, formado nas células do tecido conjuntivo).

Quais são as principais causas da doença?

A maioria dos casos de carcinoma hepatocelular — o câncer de fígado mais comum — ocorre em pacientes com cirrose hepática, cuja principal causa é o alcoolismo. Vale destacar que, quando a cirrose é associada à infecção por hepatite B, o risco de desenvolver a neoplasia aumenta significativamente.

Além disso, a infecção crônica por hepatite C também eleva as chances de desenvolvê-lo. O mesmo ocorre em quem faz uso prolongado de esteroides anabolizantes.

O colangiocarcinoma, por sua vez, costuma estar associado à presença de doenças do fígado ou da via biliar. O mesmo ocorre com certas inflamações intestinais (como a colite ulcerosa e a doença de Crohn).

No caso do angiossarcoma hepático, a causa pode estar relacionada ao contato com determinadas substâncias químicas (como arsênico, cloreto de vinilo e dióxido de tório) ou outros agentes cancerígenos (radiações, por exemplo). No entanto, a maioria dos casos da doença tem origem desconhecida.

Em relação ao hepatoblastoma, existem algumas condições genéticas associadas à sua ocorrência. É o caso da síndrome Beckwith-Wiedemann, da polipose adenomatosa familiar, da trissomia do cromossomo 18, entre outras. Além disso, a prematuridade e o baixo peso ao nascer também aumentam as chances de desenvolvê-lo.

Quais são os sinais e sintomas da doença?

Em estágios iniciais, o câncer de fígado não provoca sinais ou sintomas perceptíveis. Esses surgem apenas quando o quadro avança e, dependendo do tipo de tumor, podem provocar:

  • dor do lado direito do abdômen, por vezes, irradiada para o ombro;
  • presença de massa palpável na região;
  • distensão (inchaço) abdominal;
  • perda de apetite;
  • náuseas e vômitos;
  • perda de peso inexplicável;
  • febre, principalmente, em pacientes com cirrose hepática;
  • sensação de cansaço e mal-estar permanente;
  • ascite (acúmulo de líquidos);
  • icterícia (pele e olhos amarelados); entre outras alterações.

Como é feito o diagnóstico e o respectivo tratamento?

O diagnóstico do câncer de fígado se baseia na análise dos sintomas, do histórico clínico (pessoal e familiar) e, principalmente, do resultado dos testes laboratoriais. Em relação aos últimos, o médico costuma solicitar:

  • exames de sangue, para avaliar a função hepática;
  • análises clínicas, para detectar a presença de marcadores tumorais, como a alfaproteína (AFP);
  • exames de imagem (abdominal ou de tórax),como ultrassonografia com doppler, tomografia computadorizada ou ressonância magnética;
  • biópsia (por ressecção cirúrgica, laparoscopia ou agulha grossa).

Em relação ao tratamento, a estratégia depende do tipo e estadiamento do tumor. Nos estágios iniciais, costuma-se realizar a remoção cirúrgica do tumor (hepatectomia) ou mesmo o transplante de fígado. Outras terapêuticas, como ablação por radiofrequênciaalcoolização ou quimioembolização, também podem ser necessárias.

Já em estágios avançados, quando há disseminação pela corrente sanguínea ou pelos vasos linfáticos, ou metástase em locais adjacentes, indicam-se os tratamentos sistêmicos. É o caso da quimioterapia, da imunoterapia e da terapêutica antiangiogênica.

Se você procura um oncologista com expertise na área, conte comigo para isso. Sou especialista em tumores gastrointestinais e sarcomas do Hospital Albert Einstein e posso auxiliar a investigar uma suspeita, fornecer uma segunda opinião ou tratar, propriamente, o câncer de fígado!

Caso tenha alguma dúvida a respeito, entre em contato. Estou à sua disposição!

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Publicado por: - Oncologista - CRM 170.446 | RQE 97248
O Dr. Roberto Pestana (CRM 170.446 | RQE 97248) é oncologista clínica do centro de oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein. Além disso, ele é médico do ambulatório de sarcomas do Hospital Municipal Vila Santa Catarina.