Se você se interessa por oncologia, certamente já se perguntou qual a diferença entre nódulo e tumor. Para começar, vamos às semelhanças: ambos podem ser benignos ou malignos. Já as distinções têm a ver, basicamente, com a forma como se apresentam.

Neste artigo, revisado pelo Dr. Roberto Pestana, oncologista clínico no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, SP, esclarecemos qual a diferença entre nódulo e tumor. Detalhamos, ainda, como são diagnosticados e tratados. Para saber mais, continue a leitura!

Qual a diferença entre nódulo e tumor?

Um nódulo pode ser um tumor. Este, por sua vez, pode ser benigno ou maligno. Conheça as características de cada um a seguir.

O que é nódulo?

Nódulo é um termo genérico usado pelos médicos. Ele se refere a qualquer lesão sólida, com mais de um centímetro de diâmetro, e cujo surgimento está ligado a diversos fatores. Uma simples picada de mosquito, por vezes, pode originá-lo. Há, também, os conhecidos nódulos de gordura.

Geralmente, o nódulo apresenta uma forma bem delimitada. Ele pode se desenvolver na pele ou surgir no tecido conjuntivo de diferentes órgãos internos.

Os locais mais comuns para a ocorrência de nódulos são as mamas, os pulmões e a tireoide. Em relação à forma como costumam ser descobertos, eles podem ser detectados:

  • por meio da palpação, algo comum quando se localiza na mama ou na tireoide;
  • por meio de exames de imagem (como tomografias computadorizadas),quando presente em órgãos mais internos, como nos pulmões, no fígado, entre outros locais.

O que é tumor?

Para saber o que é tumor, é preciso entender que as células do corpo estão em contínua renovação, controladas pelos chamados oncogenes ativadores. O tumor (também chamado de neoplasia) é uma massa de tecido formado por células anormais, que se multiplicam descontroladamente e/ou não morrem quando deveriam.

As causas que podem se associar à ocorrência de mutações celulares são diversas. Entre elas, pode-se destacar:

  • fatores hereditários (genética);
  • tabagismo e exposição a outras toxinas ambientais;
  • consumo abusivo de bebidas alcoólicas;
  • exposição excessiva à radiação ionizante (estudos de raios X);
  • excesso de exposição ao sol sem fotoproteção adequada (filtro solar, roupas com proteção UV, entre outros acessórios);
  • alguns agentes infecciosos, como o papilomavírus humano (HPV),os vírus das hepatites B e C e o vírus da imunodeficiência humana (HIV);
  • determinados parasitas, como o Schistosoma haematobium e o Clonorchis sinensis;
  • certos distúrbios inflamatórios (como a doença de Crohn e a colite ulcerativa;
  • dietas pouco saudáveis, com altos teores de gorduras insaturadas;
  • excesso de alimentos defumados, em conserva ou carnes de churrasco;
  • sobrepeso e obesidade;
  • e até o estresse crônico, uma vez que compromete o sistema imunológico, leva a comportamentos de risco, entre outros agravantes.

Os sintomas provocados pelo tumor dependem do seu tipo (maligno ou benigno),localização e estágio de desenvolvimento — sendo que, na fase inicial, boa parte é assintomática. Assim, um tumor gastrointestinal presente há algum tempo, por exemplo, pode levar à perda de sangue nas fezes, alterações nos hábitos intestinais, emagrecimento inexplicável, entre outros problemas.

Como é o diagnóstico desses achados?

Caso você suspeite ter encontrado um nódulo ou um tumor, procure um médico imediatamente. O especialista irá investigá-lo, por meio de exames físicos, de imagem e laboratoriais (incluindo uma biópsia), e confirmar se o achado é benigno ou maligno.

Quando algum deles está relacionado ao câncer?

No caso do nódulo, as bordas regulares e a maleabilidade são bons indicativos de benignidade. Já se o mesmo tiver o contorno irregular, massa mal definida e aderência a tecidos adjacentes, acende o alerta para suspeita de câncer.

No caso do tumor, quando o mesmo cresce de maneira acelerada e desordenada, pode tratar-se de uma neoplasia maligna. Já quando cresce de forma lenta e com limites bem definidos, ou seja, sem invadir as áreas adjacentes, geralmente, trata-se de uma neoplasia benigna. O mioma e o lipoma são exemplos bastante conhecidos de tumores benignos.

Todo nódulo e tumor precisa de tratamento?

Não necessariamente. Em geral, tanto um nódulo como um tumor benigno só precisam ser removidos caso gerem incômodos. Se não, basta acompanhá-los periodicamente para certificar que não estejam afetando nenhuma estrutura.

No entanto, se provocarem sintomas importantes, pode ser necessário removê-los por meio de cirurgias com técnicas conservadoras. Essas buscam preservar, ao máximo, as áreas normais ao seu redor.

Já no caso de nódulos ou tumores malignos, o tratamento é necessário. Esse varia de acordo com o objetivo da abordagem, com as características do achado e, ainda, com as condições do paciente e suas preferências.

Considerando esses elementos, o médico responsável, geralmente, acompanhado por uma equipe multidisciplinar, define a melhor opção terapêutica (cirurgia, quimioterapia, radioterapiaimunoterapiaterapia alvo e/ou hormonioterapia). Vale destacar, ainda, que a chance de cura nesses casos depende, diretamente, do diagnóstico precoce e precisão na indicação do tratamento.

Saiba mais emEntenda a importância do diagnóstico precoce do câncer

Quando procurar um oncologista?

Agora que você sabe qual a diferença entre nódulo e tumor, vamos esclarecer outra dúvida bastante comum: quando procurar um oncologista. A visita a esse especialista tem três motivações principais:

  • indicação de outros médicos, com base em achados suspeitos;
  • detecção de sinais ou sintomas suspeitos;
  • e histórico de câncer recorrente na família.

Leia tambémCâncer hereditário: quais são as chances e como se prevenir

Esperamos ter esclarecido qual a diferença entre nódulo e tumor. Para concluir, caso identifique algo anormal no seu corpo, procure orientação médica e siga as orientações do especialista!

Se desejar, agende uma consulta com o Dr. Roberto, considerado um dos maiores especialistas da atualidade em tumores gastrointestinais e sarcomas. Para facilitar, ele atende tanto presencialmente, em seu consultório, na capital paulista, como remotamente, por telemedicina (consulta por vídeo).

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Publicado por: - Oncologista - CRM 170.446 | RQE 97248
Dr. Roberto Pestana (CRM 170.446 | RQE 97248) é oncologista clínico no Hospital Israelita Albert Einstein, especialista em sarcomas e tumores gastrointestinais. Com doutorado em Medicina de Precisão pela Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein e fellowship no MD Anderson Cancer Center, é reconhecido pela atuação em pesquisas clínicas e tratamentos inovadores, sempre com foco no cuidado integral e humanizado.