O tratamento do tumor filoide maligno da mama exige a ampla excisão local ou, em certos casos, a realização de mastectomia radical. Em alguns casos, pode ser preciso realizar radioterapia ou outras terapêuticas complementares. A boa notícia é que o prognóstico costuma ser bom, principalmente, quando detectado e abordado rapidamente.

Neste artigo, escrito sob revisão do Dr.Roberto Pestana, médico oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista, explicamos tudo a respeito. Continue a leitura e esclareça suas dúvidas sobre o também chamado tumor phyllode maligno ou, simplesmente, TF maligno de mama.

O que é o tumor filoide maligno?

O tumor filoide maligno é um tumor fibroepitelial. Trata-se de um tipo de câncer de mama raro, que responde por menos de 1% dos casos de neoplasias mamárias, sendo que:

  • entre 20% e 35% recorrem localmente;
  • entre 10% e 20% provocam metástases — geralmente, pulmonares.

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Como é a sua incidência?

A maioria das mulheres acometidas pelo tumor filoide maligno de mama tem entre 35 e 55 anos.

O acometimento de homens também é bastante raro. Nesses casos, geralmente, encontra-se associado à ginecomastia, uma condição caracterizada pelo aumento do volume das mamas masculinas.

Vale destacar que a incidência do câncer de mama de todos os tipos, incluindo os relacionados ao tumor filoide maligno, vem aumentando. Especialistas apontam as dietas inadequadas e o sedentarismo, além do consumo de álcool e cigarro, como os principais responsáveis pela alta na incidência dessa e de outras doenças crônicas.

Quais são as causas da doença e como é o diagnóstico?

As causas do tumor filoide maligno ainda não estão bem estabelecidas. Sabe-se, porém, que o seu desenvolvimento está relacionado a fatores como distúrbios hormonais, principalmente, o hiperestrogenismo (excesso de estrogênio),e lesões da mama.

Em geral, o tumor filoide maligno se apresenta como uma massa palpável volumosa, de consistência firme e de crescimento rápido, que pode ser indolor ou dolorosa. Sua presença costuma ser revelada no exame clínico das mamas ou em exames de imagem rotineiros, como ultrassonografia ou mamografia. O diagnóstico, por sua vez, é confirmado somente por meio da biópsia com agulha grossa (core biopsy).

Como é o tratamento do tumor filoide maligno de mama?

O tratamento padrão ouro é a cirurgia para remoção do tumor e das margens adjacentes, muitas vezes, seguida da cirurgia plástica para reconstrução mamária. Terapêuticas complementares costumam ser indicadas quando as margens cirúrgicas não podem ser alcançadas.

radioterapia adjuvante (pós-cirurgia),por exemplo, costuma ser realizada em mulheres com tumores filoides malignos maiores que 5 cm. Estudos mostram que, em algumas pacientes, o emprego da irradiação aumentou a sobrevida livre da doença.

Já a utilização de quimioterapia é considerada com bastante cautela e para quadros bem específicos, como para tumores maiores do que 10 cm ou recorrentes. Isso porque, o tumor filoide maligno de mama apresenta um prognóstico melhor do que a maioria dos sarcomas de alto grau de estágios semelhantes.

Em suma, a abordagem ideal é sempre individualizada. Afinal, é necessário personalizar o tratamento conforme as características do tumor e das condições clínicas de cada paciente.

No entanto, se tratado de maneira inadequada, o tumor filoide maligno de mama é propenso ao crescimento rápido, acompanhado de disseminação para os linfonodos e para órgãos distantes.

Como é o acompanhamento pós-tratamento?

A rotina pós-tratamento (seguimento clínico),mesmo em pacientes com boas condições de saúde, é importante para abordar, precocemente, eventuais retornos da doença. Aliás, cabe reforçar que a maioria das recorrências do tumor filoide maligno surge localmente.

Assim, o acompanhamento pós-tratamento consiste em consultas semestrais com o oncologista, bem como na realização de exames de imagem. Com o passar do tempo, o controle pode ser anual.

Para concluir, o diagnóstico preciso, o tratamento adequado e o seguimento clínico regular são essenciais para um bom prognóstico do paciente com tumor filoide maligno. Ao longo desse percurso, deve-se contar com um oncologista especialista em sarcomas e uma equipe multidisciplinar altamente capacitada.

Se desejar saber mais a respeito, agende uma consulta com o Dr. Roberto Pestana. Ele atende presencialmente, em São Paulo, SP, e online, por telemedicina!

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Publicado por: - Oncologista - CRM 170.446 | RQE 97248
O Dr. Roberto Pestana (CRM 170.446 | RQE 97248) é oncologista clínica do centro de oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein. Além disso, ele é médico do ambulatório de sarcomas do Hospital Municipal Vila Santa Catarina.