
Como é a cirurgia de câncer de estômago?
A cirurgia de câncer de estômago é um tratamento importante quando o tumor está localizado, ou seja, limitado ao órgão e gânglios linfáticos do entorno. Para realizá-la, existem várias técnicas — cuja indicação é definida pelo cirurgião oncológico, de acordo com as necessidades de cada paciente.
Neste artigo, escrito sob a revisão do Dr. Roberto Pestana, oncologista clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, SP, apresentamos as mais empregadas. Para conhecê-las, continue a leitura!
O que é o câncer de estômago?
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca),o câncer de estômago, também conhecido como câncer gástrico, é bastante incidente em ambos os sexos. No Brasil, excetuando os tumores de pele não melanoma, trata-se do quinto tipo de neoplasia mais frequente.
Entre seus subtipos, o adenocarcinoma é o mais comum, representando 95% de todos os casos da doença. Os linfomas, por sua vez, respondem por cerca de 3% dos casos.
Já os sarcomas, ainda que raros, também podem afetar o órgão. É o caso, por exemplo, do tumor estromal gastrointestinal (GIST).
Como é a incidência e o diagnóstico da doença?
O câncer de estômago afeta, principalmente, pessoas com mais de 50 anos, sendo prevalente nas faixas etárias dos 60 e 70 anos. Entretanto, pode ocorrer em indivíduos de qualquer idade.
Veja: Quanto tempo o câncer gástrico demora para se manifestar?
Ele é diagnosticado após uma investigação profunda. Essa costuma partir de sinais e sintomas suspeitos, tais como:
- massa palpável no abdômen superior;
- dor persistente no abdome superior;
- sensação de inchaço abdominal constante;
- hematúria (presença de sangue nas fezes);
- anemia (ou deficiência de ferro);
- alteração nos hábitos intestinais (diarreia ou constipação constante);
- indigestão e refluxo;
- dificuldade para engolir;
- episódios frequentes de vômitos, por vezes, com sangue;
- falta de apetite e perda de peso, ambos sem razão aparente;
- presença da bactéria Helicobacter pylori (H. pylori);
- histórico familiar de câncer gastrointestinal;
- cansaço constante e sem motivo aparente;
- icterícia (pele e olhos amarelados),falta de ar, tosse e/ou dores ósseas frequentes, em casos metastáticos (quando houve disseminação para locais distantes); entre outros.
Leia também: Desconforto estomacal: saiba o que pode indicar!
Mas, para a confirmação da doença, é necessária a realização de diversos exames. Os principais são exames de sangue, ecografia do abdômen, endoscopia digestiva alta e biópsia.
Entenda o procedimento: Como é feita uma biópsia em casos de cânceres gastrointestinais?
Além desses, algumas tomografias computadorizadas e ultrassonografias endoscópicas também podem ser solicitadas. Graças às informações obtidas, pode-se definir a estratégia terapêutica mais indicada para cada paciente.
Quando a cirurgia de câncer de estômago é indicada?
A cirurgia de câncer de estômago é indicada em diversos estágios da doença. Para se adequar a cada caso, existem diferentes técnicas, cuja escolha se baseia nos seguintes critérios:
- subtipo e localização do tumor;
- estadiamento (grau de desenvolvimento);
- condições físicas do paciente.
Na maioria das vezes, a cirurgia de câncer de estômago objetiva retirar o tumor e a margem de segurança, além de linfonodos próximos ao local. A decisão de retirar o órgão total ou parcialmente depende de fatores como a localização do tumor, a extensão da lesão e seu subtipo.
Quais são os principais tipos de cirurgia de câncer de estômago?
A cirurgia de câncer de estômago pode ser feita de diversas maneiras, de acordo com o grau da doença. Conheça as principais técnicas a seguir.
Gastrectomia
A gastrectomia pode ser feita de forma tradicional, o que implica em uma grande incisão no abdômen, ou minimamente invasiva, via videolaparoscopia ou cirurgia robótica.
Esse tipo de cirurgia de câncer de estômago pode ser realizado para remoção total ou parcial do órgão. No caso da gastrectomia total, realiza-se a remoção completa do estômago, bem como a remoção dos linfonodos próximos e, se preciso, de estruturas adjacentes. Já a gastrectomia parcial é usada quando se deseja remover apenas uma parte do estômago, associado também a linfonodos adjacentes.
Ressecção endoscópica da mucosa
A ressecção endoscópica da mucosa é um procedimento indicado, apenas, para cânceres gástricos em estágio inicial. Ou seja, casos em que o risco de disseminação para os linfonodos ainda é baixo.
Para realizá-la, o cirurgião utiliza um endoscópio (introduzido pela boca). Com a ajuda do aparelho, realiza-se a ressecção da mucosa até a retirada total do tumor.
O que esperar do pós-operatório da cirurgia de câncer de estômago?
Mesmo em casos de adenocarcinomas localizados, pode ser necessário realizar algumas sessões de quimioterapia. Com exceção dos tumores mais precoces, o tratamento combinado (cirúrgico e quimioterápico) aumenta as chances de cura. Já em casos de GIST, o tratamento cirúrgico costuma ser associado à medicação oral.
Vale destacar que, após a cirurgia de câncer de estômago, alguns pacientes podem ter dificuldade para se alimentar. Por isso, algumas vezes, coloca-se uma sonda no intestino, ainda durante a gastrectomia.
Dessa maneira, a alimentação pode ser administrada diretamente no intestino, prevenindo a desnutrição. Além disso, é necessário tomar alguns suplementos vitamínicos, pois a absorção pelo organismo fica reduzida após a cirurgia.
Mesmo depois da recuperação completa, o paciente pode sentir alguns incômodos após as refeições, tais como náuseas, azia, diarreia e dor abdominal. Para aliviá-los, o médico prescreve algumas medicações.
Mas, talvez a principal diferença sentida após a cirurgia de câncer de estômago seja a necessidade de fazer refeições menores e mais frequentes. O grau de alterações nos hábitos alimentares depende diretamente da quantidade retirada do órgão. Em geral, o cirurgião busca preservar o estômago para possibilitar uma alimentação mais normal possível, e, ao mesmo tempo, prevenir a recidiva do tumor.
Esperamos que o artigo tenha sido esclarecedor. Se precisar, agende uma consulta e tire suas dúvidas diretamente com nosso especialista em tumores gastrointestinais e sarcomas, o Dr. Roberto. Para facilitar, ele atende tanto presencialmente, em seu consultório na capital paulista, como remotamente, por telemedicina (consulta por vídeo)!
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