cirurgia de câncer no intestino (colorretal) é feita para retirar tumores no cólon (intestino grosso),reto e/ou ânus. Ela pode ser realizada por via aberta, por videolaparoscopia ou como uma cirurgia robótica. A escolha depende do estadiamento da doença, localização do(s) tumor(es) e das condições clínicas do paciente.

Neste artigo, revisado pelo Dr. Roberto Pestana, oncologista clínico especializado em tumores gastrointestinais, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, SP, falamos sobre o procedimento. Para saber mais, continue a leitura!

Quando a cirurgia de câncer no intestino é indicada e como é feita?

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO),o câncer de intestino costuma ser totalmente tratável, principalmente, quando descoberto precocemente. No câncer de cólon, a cirurgia é a sua principal forma de tratamento, sendo indicada para pacientes com tumores em estágios iniciais. Nos tumores de reto e ânus, sem sempre a cirurgia é o primeiro passo, mas pode também ser incluída no tratamento. A seguir, conheça as possíveis abordagens.

Excisão por colonoscopia

Os pólipos (principais causadores do câncer de intestino) e os tumores superficiais podem ser retirados durante a colonoscopia. O procedimento é considerado pouco invasivo, pois não há incisão abdominal.

Para removê-los, costuma-se passar um loop de fio pelo colonoscópio, o qual consegue separar os achados (com uma corrente elétrica) da parede do intestino. Nesse tipo de procedimento, retira-se, também, uma pequena porção de tecido nas áreas adjacentes (a chamada margem de segurança).

Colectomia

colectomia é o procedimento utilizado para retirar parte ou todo o órgão acometido, assim como os gânglios linfáticos nas proximidades. Para isso, pode-se realizar:

  • uma colectomia parcial (também chamada de hemicolectomia ou ressecção segmentar),quando apenas parte do intestino precisa ser removida;
  • ou uma colectomia total, indicada quando há presença de pólipos por todo o órgão ou quando há doença inflamatória associada.

A colectomia pode ser feita por via aberta, por meio de uma única incisão, ou por videolaparoscopia, através de três ou quatro pequenas incisões abdominais. Na colectomia laparoscópica, o cirurgião utiliza instrumentos (semelhantes a pinças) para ressecar as partes comprometidas, orientando-se pelas imagens fornecidas pela câmera. Outra possibilidade é a sua realização com auxílio de um robô (cirurgia robótica).

Se necessário, o cirurgião pode optar pela colostomia ou pela ileostomia. Nesses casos, liga a extremidade superior do cólon ou do intestino delgado, respectivamente, a uma abertura externa (no abdome),o que possibilita armazenar as fezes em uma bolsa coletora.

Ao término do tratamento, com o paciente devidamente recuperado, pode-se realizar a cirurgia de reversão da colostomia ou da ileostomia. Outras vezes, no entanto, é preciso mantê-la permanentemente.

Cirurgia para câncer de cólon disseminado

Mesmo em caso de doença do cólon disseminada para o fígado, a cirurgia pode atingir a cura.  Em geral, nesses casos, o paciente também realiza demais tratamentos necessários, como a quimioterapia (neo)adjuvante associada, ou não, à radioterapia e/ou outras terapêuticas.

Quais são os efeitos colaterais relacionados ao procedimento?

Os riscos dependem do tipo e da extensão da cirurgia, bem como do estado de saúde do paciente. Os principais efeitos colaterais são os sangramentos pós-cirúrgicos, as infecções e a formação de coágulos sanguíneos nas pernas.

Além disso, pode ocorrer aderências em órgãos ou tecidos adjacentes. Essas, por vezes, acabam bloqueando o intestino, o que implica na necessidade de realizar um novo procedimento.

Como são os cuidados pré e pós-operatórios?

Para realizar uma cirurgia de câncer colorretal, o paciente precisa ficar em jejum e fazer o preparo do intestino. Assim, na véspera do procedimento, é necessário tomar algum laxante e/ou fazer enemas, conforme a orientação médica.

Após a colectomia aberta, o paciente permanece internado por até uma semana. A retomada das atividades habituais, por sua vez, leva em torno de um mês. Se for feito o procedimento laparoscópico, o tempo de internação e de retorno à rotina é menor.

Em relação ao período de recuperação, é necessário higienizar a bolsa diariamente. Fora isso, recomenda-se ter uma alimentação saudável e nutricionalmente equilibrada, o que contribui com a reabilitação dos tecidos intestinais.

Agora que você sabe como é uma cirurgia de câncer no intestino, vale a pena lembrar que o mesmo tem boas chances de cura. Mas, para prevenir futuros problemas, é preciso manter o acompanhamento médico a longo prazo. Dessa forma, pode-se identificar eventuais recidivas ou o surgimento de novos tumores de maneira precoce, o que contribui para um bom prognóstico.

Caso tenha alguma dúvida, entre em contato para que possamos ajudar. Aproveite, também, para seguir o Dr. Roberto no Facebook e Instagram e mantenha-se bem informado sobre tumores gastrointestinais!

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Publicado por: - Oncologista - CRM 170.446 | RQE 97248
O Dr. Roberto Pestana (CRM 170.446 | RQE 97248) é oncologista clínica do centro de oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein. Além disso, ele é médico do ambulatório de sarcomas do Hospital Municipal Vila Santa Catarina.