Estamos na época da campanha Dezembro Vermelho, uma ação nacional importantíssima, em prol da luta contra o HIV/Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST). Aproveitando o assunto, decidimos falar sobre o risco de câncer em pessoas que vivem com HIV.

Neste artigo, conheça os tumores mais incidentes e saiba como ficam os tratamentos e quais são as chances de cura. Boa leitura!

Por que é importante fazer a testagem para o HIV?

Antes de entrarmos, propriamente, no tema, é preciso falar sobre abordagem oportuna do vírus da imunodeficiência humana adquirida (HIV). Quando diagnosticado e tratado precocemente, minimizam-se não apenas as morbidades relacionadas à infecção, como aumenta-se a expectativa de vida do paciente.

Por isso, realizar a sorologia para o HIV ou o teste rápido faz parte das recomendações da campanha Dezembro Vermelho.

E qual é a relação entre câncer e HIV/Aids?

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA),estima-se que 50% das pessoas que vivem com HIV terão um diagnóstico de câncer durante a vida. A infecção pelo HIV pode enfraquecer o sistema imunológico; dessa forma, seus portadores podem se tornar mais vulneráveis a infecções e ao desenvolvimento do câncer.

Quais são os tumores mais comuns em pessoas que vivem com HIV?

Em comparação à população geral,  pessoas que vivem com HIV tem incidência maior de algumas neoplasias, entre elas:

  • câncer de pulmão;
  • câncer colorretal;
  • câncer cervical;
  • câncer de vagina e útero;
  • câncer de pele;
  • câncer de fígado;
  • linfoma de Hodgkin e não-Hodgkin;
  • sarcoma de Kaposi (inserir link para artigo)

Como são realizados os tratamentos?

Segundo as diretrizes do National Comprehensive Cancer Network (NCCN),pessoas que vivem com HIV que desenvolvem alguma neoplasia devem receber os mesmos tratamentos que pacientes oncológicos sem infecção pelo HIV. Para definir a estratégia terapêutica, considera-se:

  • o potencial das interações entre os medicamentos antirretrovirais e as terapias oncológicas, visando preservar a efetividade de ambos os tratamentos;
  • a sobreposição de toxicidades, de modo a prevenir outras complicações;
  • a profilaxia de infecções oportunistas, sejam bacterianas, fúngicas ou virais.

E tem mais: além de realizar todos os tratamentos necessários, é imprescindível que a pessoa adote medidas em prol da saúde como um todo. É o caso:

  • da cessação do tabagismo;
  • da redução ou eliminação do consumo de álcool;
  • da vacinação adequada.

Por fim, vale destacar que, sem o devido tratamento, o câncer é responsável por grande parte dos óbitos de pessoas que vivem com HIV em uso de terapia antirretroviral. Assim, o rastreamento de neoplasias é imprescindível.

O câncer em pessoas que vivem com HIV tem cura?

Quando se trata de câncer, se diagnosticadas e tratadas precocemente, a maioria das neoplasias tem cura. Tudo depende:

  • do estadiamento, o estágio onde a doença se encontra no organismo;
  • do tipo de tumor, considerando sua gravidade;
  • do controle das comorbidades, o que melhora as condições clínicas gerais.

Portanto, o prognóstico é sempre individualizado, variando diferente de pessoa para pessoa. A boa notícia é que, se adequadamente tratado, os pessoas que vivem com HIV tem boas chances de curar o câncer.

Esperamos que o artigo tenha sido esclarecedor. Mas, caso ainda haja dúvidas, sinta-se à vontade para entrar em contato e agendar uma consulta. Estamos à disposição!

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Publicado por: - Oncologista - CRM 170.446 | RQE 97248
O Dr. Roberto Pestana (CRM 170.446 | RQE 97248) é oncologista clínica do centro de oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein. Além disso, ele é médico do ambulatório de sarcomas do Hospital Municipal Vila Santa Catarina.