mesotelioma é um câncer raro, que se desenvolve nas células dos revestimentos internos especialmente do abdômen (peritôneo) ou do tórax (pleura).

Neste artigo, explicamos, entre outros pontos, as causas da incidência tardia e como reconhecer e tratar a doença. Continue a leitura e saiba mais!

Quais são os tipos de mesotelioma?

Conforme o local onde se desenvolve, o mesotelioma (ou tumor maligno do mesotélio) é classificado como:

  • pleural, quando surge na membrana que reveste o tórax, correspondendo a 75% dos casos;
  • peritoneal, quando surge na membrana que reveste as paredes do abdômen e os órgãos digestivos;
  • pericárdico, quando surge na membrana que reveste o coração, considerado muito raro;

Além disso, o mesotelioma é classificado de acordo com a forma como suas células se organizam. Dessa maneira, ele pode ser:

  • epitelioide, o mais comum e que apresenta o melhor prognóstico;
  • sarcomatoide (ou fibroso),respondendo por 10% a 20% dos casos;
  • misto (ou bifásico),que combina partes epitelioides e partes sarcomatoides, representando entre 20% e 30% dos casos.

Quais são as causas da doença?

principal causa do mesotelioma é o contato com asbesto, popularmente conhecido como amianto. Trata-se de uma fibra mineral que foi amplamente utilizada na indústria automotiva, na mineração e na construção civil.

A contaminação por amianto, entretanto, pode ter se dado há décadas — entre 20 e 50 anos atrás. E, mesmo que a exposição ocupacional tenha cessado, o risco de desenvolver a doença, ao longo do tempo, não diminui.

Outros possíveis fatores de risco ligados à neoplasia, ainda que menos importantes, são:

  • inalação de outros silicatos fibrosos (minerais relacionados ao amianto);
  • exposição às radiações ionizantes (radioterapia para tratar outros cânceres);
  • mutação ou alteração no gene BAP1 (hereditária).

Quando costuma ocorrer?

A taxa de incidência do mesotelioma é maior entre os homens mais velhos do que no restante da população. Em média, o tumor pleural é detectado após os 70 anos.

Como preveni-la?

A melhor forma de prevenir o mesotelioma é evitando o uso e a inalação de amianto. Apesar de ser proibido no Brasil desde 2017, o material ainda pode estar em ambientes de fábricas, minas, ferrovias e na construção civil (como nas reformas de imóveis antigos, por exemplo).

Caso precise trabalhar em áreas com risco de contaminação, use equipamentos de proteção individual (EPI) e siga as práticas de segurança recomendadas. Vale reforçar que, se os materiais que contêm amianto estiverem intactos, não há riscos à saúde. Mas, quando estão quebrados ou deteriorados pela ação do tempo, as partículas de amianto são liberadas no ar e chegam à pleura, implicando em alto risco de contaminação.

Quais são os sintomas?

Alguns sintomas do mesotelioma são comuns a muitas doenças, como tosse, fadiga, fraqueza, febre e perda de peso sem razão aparente. Outros variam conforme a localização e estágio do tumor.

No caso do tumor pleural, o paciente costuma apresentar derrame pleural (acúmulo de líquido no pulmão),com consequente dor torácica e falta de ar. Já no tumor peritoneal, pode apresentar ascite (acúmulo de líquido no abdômen),com consequente inchaço e dor local.

No tumor pericárdico, por sua vez, pode haver um derrame pericárdico (acúmulo de líquido na membrana que envolve o coração).

Como é o diagnóstico?

A investigação começa com a avaliação dos sintomas e análise do histórico clínico e dos possíveis fatores de risco, além do exame físico. Para pessoas com histórico de exposição ocupacional ao amianto, recomenda-se a realização de uma tomografia computadorizada dos pulmões. Pode-se, também, solicitar testes de função pulmonar.

diagnóstico da doença, entretanto, só pode ser confirmado após o resultado da biópsia. Essa pode ser feita a partir da coleta de material diretamente do tumor ou de líquido (com agulha fina) da área afetada, podendo ser:

  • toracocentese (punção de líquido do tórax);
  • paracentese (punção de líquido do abdômen);
  • pericardiocentese (punção de líquido do tórax).

Outras vezes, os tumores podem ser biopsiados por agulha guiada por tomografia, por endoscopia (toracoscopia, laparoscopia, mediastinoscopia ou broncoscopia) ou por cirurgia. Após serem coletadas, as amostras de líquido ou de tecidos seguem para análise laboratorial imuno-histoquímica. Muitas vezes, para chegar ao diagnóstico, são necessários mais alguns exames laboratoriais complementares. Caso existam células cancerígenas, o laudo informará o tipo e o estadiamento (extensão) da doença.

Como é o tratamento?

tratamento do mesotelioma se baseia no tamanho e localização do tumor, se houve disseminação para os linfonodos ou metástases à distância e, ainda, no estado de saúde geral. Considerando essas variáveis, as opções terapêuticas incluem cirurgia, radioterapia, quimioterapiaimunoterapia ou terapia alvo. Além disso, o paciente poderá necessitar de um acompanhamento multidisciplinar, incluindo apoio psicológico, orientação nutricional, entre outros cuidados.

Para concluir, em caso de sintomas suspeitos e/ou histórico de exposição ocupacional pregressa ao amianto, procure um pneumologista ou um oncologista e converse a respeito. Se pertinente, o médico investigará o quadro e, confirmado o diagnóstico de mesotelioma, seguirá com o tratamento adequado.

Ficou com alguma dúvida? Entre em contato e converse com a equipe do Dr. Roberto Pestana, oncologista clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista.

Para fazer uma avaliação individualizada, agende uma consulta (presencialmente ou por telemedicina). Estamos à sua disposição!

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Publicado por: - Oncologista - CRM 170.446 | RQE 97248
O Dr. Roberto Pestana (CRM 170.446 | RQE 97248) é oncologista clínica do centro de oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein. Além disso, ele é médico do ambulatório de sarcomas do Hospital Municipal Vila Santa Catarina.