Alimentação saudável ajuda na prevenção do câncer?

Alimentação saudável ajuda na prevenção do câncer?

Acredite: ter uma dieta equilibrada realmente ajuda na prevenção do câncer. A medida, ao lado da adoção de bons hábitos de vida, bem como do afastamento dos fatores de risco, favorece a prevenção primária de neoplasias. Dessa forma, boas escolhas alimentares contribuem para evitar que a doença se desenvolva!

Neste artigo, revisado pelo Dr. Roberto Pestana, oncologista clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista, detalhamos o papel da alimentação saudável na prevenção do câncer. Além disso, explicamos porque é importante contar com uma equipe multidisciplinar no combate à doença. Confira!

Que tipo de alimento ajuda na prevenção do câncer?

Enquanto alguns alimentos ajudam na prevenção do câncer, outros aumentam o risco de desenvolver a doença. Assim, uma dieta rica em opções in natura e minimamente processadas, principalmente, de origem vegetal, e pobre em opções ultraprocessadas (prontos para o consumo) é bastante benéfica.

Na prática, recomenda-se consumir, pelo menos, cinco porções (cada uma é equivalente ao que cabe na palma da mão) de vegetais por dia. Isso são, por exemplo, duas porções de frutas e três de verduras e legumes sem amido (como couve-flor, cenoura, berinjela, tomate, entre outros). Mas, não esqueça de incluir cereais integrais, feijões e outras leguminosas, sementes e nozes, também considerados altamente saudáveis.

Na hora de escolher, lembre-se: quanto mais colorida for sua refeição, mais saudável ela é. Por isso, seu prato deve conter alimentos verdes, vermelhos, amarelos, roxos, laranjas e brancos. Dê preferência aos produtos da estação e garanta mais frescor e sabor!

É possível substitui-los por suplementos alimentares?

Não! Primeiramente, esses produtos não ajudam na prevenção do câncer. Além disso, a ingestão indiscriminada de suplementos alimentares, como vitaminas ou minerais, assim como elementos de ervas ou plantas, pode ser perigosa.

Portanto, seu uso é recomendado apenas em determinados períodos da vida, como para gestantes, crianças e idosos, ou em certas condições clínicas. Nesses casos, vale destacar, sempre sob prescrição de um médico ou nutricionista.

O que é mito e o que é verdade em relação à dieta anticâncer?

Antes de continuar, é importante esclarecer alguns mitos a respeito da chamada dieta anticâncer, os quais atrapalham a vida dos pacientes oncológicos. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), não é possível atribuir poder de cura a nenhum alimento específico ou dieta restritiva.

Leia tambémDr. Roberto Pestana explica: afinal, o câncer tem cura?

Então, ir atrás de sugestões “milagrosas” é pura perda de tempo — sem falar que pode atrasar o início do tratamento adequado e agravar o quadro. Isso inclui a graviola, o cogumelo do sol, o noni, o chá verde e muitas outras opções superestimadas, mas que não passam de fake news.

O mesmo vale para as restrições alimentares radicais. É o caso de cortar carboidratos e proteínas de origem animal, com o intuito de não aumentar o tumor.

Na verdade, eliminar os carboidratos derruba o fornecimento de glicose, essencial para dar energia ao organismo, que passará a obtê-la a partir das proteínas musculares. Consequentemente, haverá perda de peso a custo dos músculos, prejudicando a saúde e o tratamento.

Cortar carne, ovos e companhia, por sua vez, derruba o fornecimento de proteínas, principal componente estrutural das células. Dessa forma, compromete diversas funções do organismo e aumenta o risco de toxicidade do tratamento, favorecendo a ocorrência de efeitos colaterais.

Ao mesmo tempo, o corte de proteínas de origem animal também causa a redução de massa muscular. Com isso, leva ao cansaço excessivo, à propensão a quedas e à perda de autonomia para realizar as atividades do dia a dia.

Qual é o papel da equipe multidisciplinar no combate à doença?

O câncer é uma doença multifatorial e, como tal, demanda diferentes cuidados. Por isso, seu tratamento é conduzido pelo oncologista, mas realizado por uma equipe multidisciplinar, cuja atuação é indispensável. Essa é composta por diversos profissionais especializados em oncologia.

Sendo assim, ainda que o “time” seja escalado conforme as necessidades de cada paciente, alguns profissionais costumam estar presentes na maioria dos tratamentos. É o caso do nutricionista — uma vez que a alimentação, como mostrado, é essencial tanto na prevenção do câncer, como no combate à doença!

Esperamos que o artigo tenha sido esclarecedor. Se desejar saber mais a respeito, entre em contato ou agende uma consulta (presencialmente em São Paulo, SP, ou por telemedicina) com o Dr. Roberto!

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Publicado por: - Oncologista - CRM 170.446 | RQE 97248
Dr. Roberto Pestana (CRM 170.446 | RQE 97248) é oncologista clínico no Hospital Israelita Albert Einstein, especialista em sarcomas e tumores gastrointestinais. Com doutorado em Medicina de Precisão pela Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein e fellowship no MD Anderson Cancer Center, é reconhecido pela atuação em pesquisas clínicas e tratamentos inovadores, sempre com foco no cuidado integral e humanizado.