Sarcoma intimal: do diagnóstico ao tratamento

Sarcoma intimal: do diagnóstico ao tratamento

sarcoma intimal é um tumor maligno extremamente raro, que costuma se desenvolver na artéria pulmonar, no coração, ou na artéria aorta. Como seus sintomas e características imagéticas podem ser facilmente confundidos com os de outras patologias, o diagnóstico é complexo, exigindo a participação de especialistas em sarcomas.

Neste artigo, explicamos os principais aspectos sobre a doença, bem como é realizado o seu tratamento. Continue a leitura e esclareça suas dúvidas!

O que é um sarcoma intimal?

O sarcoma intimal é um tipo de sarcoma de partes moles que, geralmente, surge nas células dos grandes vasos sanguíneos. Na maioria das vezes, o tumor se desenvolve na artéria pulmonar, a qual carrega o sangue do coração para os pulmões. No entanto, também pode ocorrer no coração ou na artéria aorta, a qual leva o sangue do coração para o restante do corpo.

Como é a sua incidência?

O sarcoma intimal é uma neoplasia mais associada a adultos de meia-idade e idosos. Boa parte dos diagnósticos são feitos entre os 45 e 65 anos.

Vale destacar que os tumores que se desenvolvem na aorta são um pouco mais frequentes em homens. Já os que se desenvolvem na artéria pulmonar e no coração são mais comuns nas mulheres.

Quais são as causas?

Em relação às causas, nenhum fator de exposição predisponente é conhecido. Suspeita-se, no entanto, que sua ocorrência possa estar relacionada à chamada amplificação dos genes, ou seja, ao excesso de cópias de determinados genes nas células – em especial do gene MDM2. Porém, ainda não se sabe o porquê desse fenômeno.

Quais são os sinais e sintomas?

Os sinais e sintomas do sarcoma intimal podem ser diversos e inespecíficos. Assim, dependendo do tamanho e localização do tumor, grau de obstrução vascular, fenômenos embólicos e presença de metástases, podem ocorrer diferentes problemas.

Quando presente na artéria pulmonar, por exemplo, o paciente tende a apresentar:

  • falta de ar;
  • dor no peito ou nas costas;
  • tosse contínua, por vezes, com sangue;
  • sensação de mal-estar;
  • cansaço sem causa aparente;
  • síncope (desmaios); entre outras manifestações.

Já quando o tumor está presente na artéria aorta ou no coração, é possível ter:

  • alterações no ritmo cardíaco;
  • pressão alta;
  • falta de ar;
  • dor nos braços ou nas pernas;
  • dor no peito, costas ou no estômago;
  • sensação de mal-estar;
  • cansaço, aparentemente, injustificável; entre outros problemas.

Como é feito o diagnóstico?

O sarcoma intimal costuma ser descoberto em função da investigação de problemas que afetam os vasos sanguíneos, como coágulos, embolia e aterosclerose. Para chegar ao diagnóstico preciso, é necessário realizar exames de imagem, como tomografia computadorizada, PET Scan ou ressonância magnética, e biópsia.

Além disso, algumas pessoas são diagnosticadas com a doença a partir da detecção de sua metástase nos pulmões — sítio de disseminação mais comum. Tratam-se de casos em que o tumor primário de sarcoma intimal foi detectado após o câncer secundário.

Como é realizado o tratamento?

tratamento do sarcoma intimal é definido de modo individual, considerando o estadiamento da doença e as condições clínicas do paciente. A cirurgia para ressecção do tumor e das margens de segurança é considerada a terapêutica de primeira escolha.

Além dela, o emprego de tratamentos complementares também é bastante utilizado. Entre eles, pode-se indicar:

  • radioterapia, seja realizada antes da cirurgia, para diminuir o tamanho do tumor, facilitando sua remoção, ou depois, para eliminar eventuais células cancerígenas remanescentes;
  • quimioterapia, normalmente feita após a cirurgia ou em conjunto com a radioterapia, para prevenir metástases (quando o câncer se espalha para outras partes do corpo) e recidivas (quando o câncer volta);
  • terapia alvo para impedir o crescimento e disseminação das células cancerígenas pelo organismo;
  • imunoterapia para ajudar o sistema imunológico do paciente a reconhecer e combater eventuais células cancerígenas remanescentes, da forma mais eficiente e menos tóxica possível.

Para concluir, quanto antes o sarcoma intimal for diagnosticado, maiores as chances de iniciar um tratamento adequado e oportuno, favorecendo o prognóstico do paciente. Nesse processo, dada a complexidade da doença, o acompanhamento de um especialista em sarcomas é indispensável.

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Publicado por: - Oncologista - CRM 170.446 | RQE 97248
O Dr. Roberto Pestana (CRM 170.446 | RQE 97248) é oncologista clínica do centro de oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein. Além disso, ele é médico do ambulatório de sarcomas do Hospital Municipal Vila Santa Catarina.