
O que é oncologia integrativa e como ela auxilia no tratamento
A oncologia integrativa é um campo do tratamento oncológico centrado no paciente e baseado em evidências. Ela consiste em práticas corporais e mentais, uso de produtos naturais e/ou adoção de mudanças no estilo de vida associados às terapêuticas convencionais. Portanto, não se trata de uma abordagem alternativa, mas sim complementar.
Neste artigo, revisado pelo Dr. Roberto Pestana, oncologista clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista, abordamos o assunto. Para esclarecer suas dúvidas e se aprofundar a respeito, continue a leitura!
O que é oncologia integrativa?
A oncologia integrativa é uma estratégia comprovadamente segura e eficaz, com o objetivo de melhorar a vida dos pacientes oncológicos. O conceito foi estabelecido em 2003, com a fundação da Society for Integrative Oncology (SIO), instituição parceira da American Society of Clinical Oncology (ASCO).
A especialidade é necessária porque, apesar de todo o avanço nos tratamentos, o câncer continua sendo uma doença com potenciais sequelas físicas, emocionais e psicológicas. Diante desse cenário, é preciso uma equipe multidisciplinar altamente especializada, formada por psicólogos, nutricionistas e outros especialistas, capaz de:
- tornar os pacientes participantes em agente ativos, tanto antes, como durante e após o tratamento;
- capacitar os pacientes reconhecer, administrar e reduzir os chamados fatores estressantes;
- colaborar com os resultados clínicos durante todo o processo de combate à doença;
- melhorar o manejo dos sintomas e efeitos colaterais de cada tipo de tratamento, como cirurgia, quimioterapia, radioterapia, entre outros;
- otimizar a saúde do paciente como um todo;
- favorecer seu bem-estar e qualidade de vida.
Dessa forma, a oncologia integrativa faz, cada vez mais, parte da jornada dos pacientes oncológicos. Isso porque, as diferentes práticas complementares podem ser valiosas aliadas nesse processo — devendo ser indicadas pelo médico responsável e realizadas somente com acompanhamento especializado.
Como auxilia os pacientes oncológicos?
Para entender como a oncologia integrativa auxilia na jornada do portador de câncer, vamos a alguns exemplos. Boa parte dos pacientes oncológicos se queixam de fadiga, correto? Diante desse sintoma, pode-se indicar estratégias como ioga, meditação mindfulness (atenção plena), acupuntura e algumas técnicas de massagem. Fora isso, a orientação nutricional também é considerada uma medida importante para combater o cansaço excessivo.
Outra queixa bastante comum é a dor. Nesse caso, pode-se recomendar intervenções como ioga e outras atividades físicas. Ao mesmo tempo, costuma-se indicar a orientação nutricional, algumas sessões de terapia cognitivo-comportamental e, até mesmo, o suporte espiritual.
Já quando há o desenvolvimento de transtornos de ansiedade e depressão, o tratamento pode ser associado à meditação, terapia cognitivo-comportamental e/ou técnicas de relaxamento, como musicoterapia e arteterapia. Além disso, sempre que possível, recomenda-se a realização de atividades físicas regulares.
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Desse modo, a oncologia integrativa traz um verdadeiro alento para o paciente, através da promoção do autocuidado. Mas, isso somente é possível por meio de uma relação médico-paciente acolhedora e baseada na escuta ativa, resultando em um plano de tratamento individualizado.
Ela substitui a oncologia convencional?
De maneira alguma! A medicina integrativa não é sinônimo de medicina alternativa. Aliás, inúmeros estudos já comprovaram que abandonar os tratamentos convencionais apenas piora os desfechos clínicos dos pacientes.
E tem mais: sempre que cogitar o uso de alguma terapêutica complementar, informe seu médico antecipadamente. Infelizmente, sabe-se que muita gente não conversa sobre isso com o especialista, o que coloca sua saúde em risco.
Quer um exemplo? Estima-se que até 80% dos pacientes oncológicos tomem, por conta própria, algum tipo de multivitamínico. No entanto, esses suplementos podem ter ação antioxidante, diminuindo a eficácia dos tratamentos quimioterápicos. Imagine que perigo!
Por isso, quando se trata do combate ao câncer, ter um canal de comunicação aberto e uma relação de confiança com o oncologista responsável é essencial. Afinal, cabe a ele indicar os tratamentos (tanto convencionais, como complementares) mais assertivos, levando em conta as necessidades e preferências de cada paciente.
Para concluir, esperamos que suas dúvidas sobre oncologia integrativa estejam esclarecidas. Como mostrado, trata-se de um conceito relativamente recente, com a importante missão de promover a saúde global e a qualidade de vida dos pacientes oncológicos.
Se desejar saber mais, agende uma consulta com o Dr. Roberto. O atendimento pode ser presencial, realizado em seu consultório em São Paulo, SP, ou virtual, por chamada de vídeo (telemedicina)!
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