Colostomia e ileostomia: entenda sobre as cirurgias
Colostomia e ileostomia são procedimentos cirúrgicos indicados para o tratamento de obstruções do trato intestina ou como maneira intermediária de adaptação após cirurgias de retirada de parte do intestino. São procedimentos realizados através da abertura de um estoma (orifício na parede abdominal).
Neste artigo, explicamos como funciona cada cirurgia e suas respectivas indicações. Para saber mais, continue a leitura!
Qual é a diferença entre colostomia e ileostomia?
As chamadas estomias (ou ostomias) são procedimentos realizados para retirar as fezes do intestino, desviando o fluxo fecal, por meio de uma abertura no abdômen. Mas, ainda que as cirurgias de colostomia e ileostomia tenham o mesmo objetivo, trata-se de métodos diferentes, com indicações específicas. Entenda a seguir.
Colostomia
A colostomia consiste na abertura do cólon (intestino grosso),por meio de um estoma. Dessa maneira, as fezes podem ser desviadas para uma bolsa coletora, para não entrarem em contato com a área que precisa ser tratada ou está em recuperação.
Ileostomia
A ileostomia consiste na abertura do íleo (porção inferior do intestino delgado, localizado entre o intestino grosso e o estômago),também por meio de um estoma. Com isso, o bolo fecal e os gases não vão para o cólon nem para o reto, sendo coletados em uma bolsa.
Quando as cirurgias são indicadas?
A indicação para realizar as cirurgias depende do tipo de complicação a ser tratada. Quando é preciso contornar ou remover alguma parte do cólon, sem a possibilidade de restaurar, imediatamente, a conexão com o sistema digestivo, indica-se a colostomia.
A ileostomia, por outro lado, é indicada quando é preciso contornar ou remover o intestino grosso completamente. Além disso, também é indicada quando é necessário resguardar uma anastomose (técnica cirúrgica realizada para reconstrução do trato gastrointestinal, após a retirada de parte do intestino).
Como cada estomia é realizada?
A realização da colostomia e ileostomia é bastante parecida, mudando apenas em relação à posição do intestino onde ocorre a intervenção. Na primeira, realiza-se a exposição do intestino grosso, já na segunda, do intestino delgado.
Assim, na colostomia, parte do cólon é trazida à superfície abdominal, formando um estoma. Então, o cólon é fixado à parede do abdômen, para evitar movimentos excessivos. Depois, conecta-se uma bolsa coletora ao estoma, na qual as fezes e resíduos produzidos são recolhidos.
Já na ileostomia, cria-se um estoma entre o íleo e a superfície abdominal. Na maioria dos casos, também é preciso conectar o estoma à bolsa coletora.
Por quanto tempo os procedimentos são mantidos?
Depende. Os procedimentos de colostomia e ileostomia podem ser realizados em caráter temporário ou permanente.
Na colostomia temporária, deve-se apresentar uma boa preservação do esfíncter anorretal (músculo anal). Isso costuma ocorrer em casos nos quais:
- é preciso aliviar a pressão no cólon, devido à obstrução;
- é necessário aguardar a cicatrização de feridas nas alças intestinais;
- é preciso auxiliar na evacuação das fezes, como após uma cirurgia para tratamento do câncer colorretal; entre outros.
Quando o paciente estiver devidamente recuperado, realiza-se a cirurgia de reversão da colostomia. Para isso, as duas extremidades do intestino são reconectadas, permitindo que o fluxo fecal siga normalmente.
A colostomia permanente, por sua vez, costuma ser indicada para pessoas com maior risco de desidratação grave. Além disso, é mais comum em idosos.
Na ileostomia, a duração também depende do estado de preservação do aparelho colorretal. Ela costuma ser temporária em pacientes que estão usando medicamentos que retardam a recuperação de feridas ou naqueles que precisam proteger anastomoses perto do reto. Após a recuperação, realiza-se a cirurgia de reversão da ileostomia, reconectando as partes do intestino que haviam sido separadas.
Já a ileostomia permanente pode a ser aplicada, por exemplo, em pacientes com múltiplos cânceres colorretais sincrônicos. Trata-se, entretanto, de um recurso pouco usual.
Como são os cuidados pós-operatórios?
Os cuidados pós-operatórios são essenciais para minimizar o risco de complicações. Isso inclui:
- a monitorização da função do estoma;
- o manejo correto da bolsa coletora;
- a higienização regular;
- a aplicação de pomadas específicas, para prevenir lesões na pele do abdômen;
- o acompanhamento nutricional, com a incorporação de uma dieta adequada;
- o abandono de eventuais vícios, como consumo de álcool e cigarro;
- o acompanhamento psicológico, pois os tratamentos são bastante impactantes.
Assim, o pós-procedimento consiste, basicamente, na adaptação física, na qual o paciente aprende sobre a importância dos autocuidados. Além disso, é um período que exige muito apoio emocional, visando reforçar que o procedimento, apesar de incômodo, possibilita a sua recuperação. Felizmente, passada a fase inicial, muitos pacientes conseguem ter uma qualidade de vida satisfatória.
Para concluir, esperamos que suas dúvidas sobre colostomia e ileostomia estejam esclarecidas. Como mostrado, essas intervenções são fundamentais para que pacientes que estão tratando doenças no intestino possam ter uma alternativa de excreção saudável, prevenindo maiores problemas.
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