Terapia celular: entenda o que é e as vantagens

A terapia celular, cujo principal representante hoje é a terapia CAR-T Cell, é um tratamento contra o câncer considerado revolucionário, que vem apresentando excelentes resultados para tipos específicos.

Neste artigo, explicamos como a terapêutica funciona, para quem é indicada e quais são seus principais benefícios. Confira!

Como funciona a terapia celular?

O tratamento com terapia celular consiste em modificar geneticamente as células do sistema imunológico do paciente, para que elas mesmas possam combater o tumor. Na prática, é um tipo de imunoterapia, ou seja, “ensina-se” o sistema imune a identificar e combater o câncer, usando as defesas do próprio organismo.

Analisar a nomenclatura escolhida ajuda a entender como o método funciona. A sigla CAR provém da expressão inglesa “chimeric antigen receptor”, traduzida como “receptor quimérico de antígenos”. A letra T, por sua vez, refere-se ao linfócito T, uma das células do sistema imune.

Portanto, para criar as células CAR-T, os receptores das células de defesa são alterados em laboratório, criando-se células de defesa altamente letais para as células malignas. Depois, essas células são introduzidas no corpo do paciente, por uma infusão venosa.  Uma vez que diferentes tumores têm diferentes antígenos, cada CAR é produzido para um tipo de antígeno específico – ou seja, para identificar uma proteína específica do tumor.

Vale destacar que, antes do tratamento, o paciente pode precisar fazer algumas sessões de quimioterapia. Com isso, o número de células normais do sistema imunológico é reduzido e, consequentemente, as células CAR-T têm uma maior eficácia.

Como as células CAR-T são obtidas?

Como mostrado, trata-se de uma técnica que, mais do que de inovadora, é personalizada. Mas, para realizá-la, é necessário aguardar as células se multiplicarem no laboratório e, assim, poderem ser aplicadas no tratamento.

Estão em andamento diversos estudos para adaptar a forma como as células CAR-T são obtidas e produzi-las em uma escala maior, mais rápida e menos onerosa. O intuito é que o início da terapêutica ocorra, no máximo, em até 12 dias.

Para quem o tratamento é indicado?

O emprego da terapia celular é direcionado a pacientes refratários — modo como são chamados os que não respondem bem ou não são elegíveis para outras terapêuticas — com tipos específicos de neoplasias. É o caso, no momento, dos portadores de:

• leucemia linfoblástica aguda (LLA);
• linfomas não Hodgkin;
• mieloma múltiplo.

Para contornar o alto custo das drogas e tornar a terapia celular mais acessível, instituições de saúde públicas e privadas estão investindo em formas de viabilizar sua produção. Em 2022, o Hospital Israelita Albert Einstein obteve autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aplicar as células CAR-T produzidas em seu próprio laboratório.

Quais são as suas vantagens?

O uso de terapia celular nos tratamentos oncológicos vem demonstrando excelentes resultados em diversos tumores. Isso porque, as células CAR-T permanecem ativas no organismo por um longo período e têm potencial para curar a doença mesmo após falha dos tratamentos padrão.

Em relação aos efeitos colaterais do tratamento, os quais incluem, geralmente, febre e diminuição da pressão arterial, eles tendem a ser bem controláveis. Para isso, entretanto, deve-se contar com o apoio de uma equipe multidisciplinar especializada.

Para concluir, atualmente, busca-se fazer com que a terapia celular se popularize e chegue a quem necessita – funcionando também para outros tipos de tumores. Graças aos avanços na sua produção, o tratamento deverá estar disponível nos setores privados e públicos, para uso clínico, em um futuro próximo.

Esperamos que o artigo tenha respondido às suas dúvidas. Se desejar, agende uma consulta (presencial, em São Paulo, ou por telemedicina) com o Dr. Roberto Pestana, oncologista clínico no Hospital Israelita Albert Einstein!